sexta-feira, abril 19 2024

Por Bruno Carvalho

[Contém Spoilers] Através do restabelecimento da linha temporal de Fringe ao final da 3ª temporada, os brilhantes roteiristas da série conseguiram uma forma única de recontar a história de pontos de vista peculiares, já que Peter Bishop nunca cresceu para se tornar o homem que outrora foi. Em Subject 9 o foco retornou a Walter Bishop e à mitologia central da série, apresentando o velho cientista amargurado e melancólico quando o caso dos testes em crianças que ele conduziu com William Bell em Jacksonville foi abordado pela primeira vez nesta realidade. Aqui vale abrir uma parêntesis para ressaltar mais uma vez a fenomenal interpretação do ator, provavelmente empregando o method acting para compor a faceta mais dolorida e arrependida do doutor pelos males que causou. Os laços dele com Olivia também ficaram mais estreitos, pois a principal agente da Fringe Division começou a vivenciar um estranho fenômeno ao seu redor, erroneamente atribuído a um dos cobaias dos testes com a droga Corthexiphan, o tal Subject 9.

Além disso, a própria sanidade de Bishop, agora colocada em cheque mais do que antes, tomou uma nova dimensão quando a própria Olivia começou a reagir de forma irracional aos acontecimentos. E mais uma vez flertando com alterações temporais, telecinese e eletromagnetismo, Fringe mostrou que as bizarras ocorrências eram mais uma tentativa de Peter Bishop para retornar naquele mundo, culminando na emersão do garoto década de 80 no mesmo Raiden Lake em que um dia se afogou, agora como o homem que todos nós conhecemos, exceto eles. Com isso o drama fechou um importante arco e abriu espaço para desenvolver de forma ainda mais profunda e complexa a já intrigante narrativa da série.

A cena final, então, do reencontro de Peter e Olívia, foi de arrepiar e não consigo nem imaginar quais serão os desdobramentos deste evento a partir de agora. Qual será a reação de Walter? A recepção por Broyles e Olivia? E o bebê de BOlivia? Fringe mais uma vez demonstrou uma capacidade incrível de se reinventar sem jamais perder sua essência e sua imprevisibilidade. A pergunta que não quer calar agora é: onde estava Peter Bishop? Um episódio mostrando sua jornada de volta ao mundo seria absolutamente arrebatador!

Reset é o glyph code da semana. Bem apropriado, não?

Considerações do Episódio, por Davi Garcia

Um curioso fenômeno eletromagnético (com direito a efeitos que deixam os caros dinossauros de Terra Nova com vergonha); a história dos testes de cortexiphan sendo revisitada trazendo o peso da culpa de Walter e novas nuances do relacionamento estabelecido entre o cientista e Olivia (e desta com Nina Sharp!) sendo reveladas. Muito mais que a elaborada construção do tão esperado retorno de Peter – e das novas perguntas que o evento alimenta, claro -, Subjetct 9 é um desses episódios que prova o talento de Fringe em usar o elemento fantástico não como um fim, mas como um meio para o desenvolvimento de seus personagens centrais.

Nesse contexto, se por um lado tivemos a chance de ver como a (breve) ausência/inexistência de Peter deu novo tom à interação dos personagens de John Noble e Anna Torv, por outro a impressão de que a dinâmica entre os dois (quase de pai e filha) ganhou um peso ainda maior do que aquela que existia antes fica notória. Assim, enquanto a reação descontrolada de Walter em dado momento expressa todo seu pavor de ter que voltar para o Saint Claire (o que consequentemente o afastaria daquilo que o mantinha minimamente são), a hesitação de Olivia em sancionar seu retorno para o local ressalta a natureza da forte ligação criada entre os dois nesse ‘novo’ universo que agora será sacudido com a (re)introdução de Peter e todas as dúvidas e possibilidades que seu retorno implica para a trama.

Tirando o Where is Peter? de cena, Fringe agora levanta uma nova pergunta ainda mais intrigante: qual é, afinal, o verdadeiro papel (e importância) do filho do Walter nesse arco da história?  Palpites?

Fringe fará uma pausa de uma semana e retorna com episódio inédito em 28/10.

15 comments

  1. Eu acho que a história de Peter de alguma forma esta ligada com a história dos observadores, quem eles são, como surgem, como são escolhidos, por que estão aqui????? Acredito que vamos nos surpreender e deve haver uma ligação muito forte entre Peter e observadores!

  2. O que me deixa fascinado em Fringe, é essa capacidade de se reinventar a cada temporada, que eu só vi semelhante em Lost! A grandeza dos elementos sci-fi postos em cena para contar de forma humana e verdadeira a jornada desses personagens é única.

    Excelente Review!

    P.S.1: John Noble é um dos melhores atores da atualidade, e tenho dito! Desde que deu vida diante dos meus olhos ao tenebroso Denethor, que eu admiro ele (Poso enquadrar Walternativo no nível de Denethor).
    P.S.2: É com orgulho que os efeitos de Fringe só me fazem amar mais e mais a série! Eles em 4 temporadas nunca deixaram a peteca cair nesse quesito!

  3. Acredito que nesse universo o bebe da Bolivia não exista, até por que se o Peter era o pai e ele nunca existiu em ambos os lados! pra mim a grande questão é: que universo novo é esse? como A e B será que esses dois são C e D (já que o Peter morreu dos dois lados)? Por que Olivia, Walter e cia, não vão se lembrar dele até pq ele nunca existiu. Isso vai ser bem interessante!

  4. Nossa Contando os minutos para o próximo episodio.
    Até arrepiou o encontro de Peter e Olivia!
    Essa serie é simplesmente ótima!

  5. Ver esse episódio de Fringe nos mostrou que a 4ªemporada está caminhando para ser a melhor de todas as temporadas em Fringe…

    Na contagem regressiva para o retorno de Fringe…

  6. Eu vi uma teoria sobre volta no tempo que meio que explica onde peter estaria. Como ele voltou e mudou a história, criando um terceiro universo onde ele não existe, peter passaria a existir numa espécie de 4° dimensão(???) rsrs.

  7. Pra mim é certo que o evento de Peter ter sumido deu origem a dois novos universos (esses aí que estão “em cena”).

    O universo em que Peter se meteu numa das jornadas passadas (que inclusive era no futuro, se não me falha a memória) era outro (talvez o mesmo que ele estivesse ainda há pouco).

    A defasagem no tempo ficou clara, pois o relógio voltou alguns segundos atrás no início do episódio.

    Como teorizar é de graça… Eu creio que cada evento “importante” gere uma nova linha de universo na história. Estamos com pelo menos 5, por enquanto: os dois originais, os dois novos e o que Peter estava.

  8. Episódio muito bom, mas eu preferia não ter visto o promo antes, pois ficou tudo muito previsível.

  9. Bahh! Episódio fantástico. Finalmente um enredo que me surpreendeu, pois estava infelizmente perdendo a fé na série.
    O post está excelente, parabéns! A pergunta “Onde estava Peter ?” realmente se mantêm, como ele poderia se encaixar nessa nova realidade já dá uma ótima drama para esta temporada.
    Torço para que Fringe (que é uma das minhas séries preferidas) termine nessa temporada, com a solução das dúvidas sobre os Observadores e tudo o que resta. Prefiro ver a série ‘brilhar’ até o final que ver um cancelamento inesperado como em Flash Forward (ainda não engoli isso hahaha).

    Dia 28 =(

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