quinta-feira, abril 11 2024

[contém spoilers dos episódios 1×01 a 1×04] Quando Bunheads foi anunciada, automaticamente os fãs da saudosa Gilmore Girls criaram uma expectativa. Seria o primeiro trabalho da criadora das meninas de Star Hollow, Amy Sherman-Palladino, desde The Return of Jezebel James, série de 2008 cancelada precocemente. Agora, após a exibição de quatro episódios, será que Bunheads foi aprovada? O enredo gira em torno de uma dançarina que trabalha como showgirl em Las Vegas e sonha em seguir carreira nos musicais. Sempre fugindo das investidas do peculiar Hubbel, ela acaba cedendo em um momento difícil e aceita o pedido de casamento deste. Ao mudar para a pequena cidade fictícia de Paradise, descobre que vai ter que morar na mesma casa Fanny, sua sogra e dona de um estúdio de dança. Se o começo da história pareceu forçado com a protagonista desistindo da vida por uma pessoa que até então não dava a mínima, os elementos que fizeram sucesso na obra da criadora foram resgatados e posteriormente compensaram. Estão presentes os diálogos rápidos, o sarcasmo e os “lalalas” (mais modernos) da trilha que remetem à Gilmore Girls. A ótima Sutton Foster, que interpreta Michelle, consegue guiar muito bem a personagem desde seus momentos de crise até as cenas cômicas. E se sozinha a ela não transmitia espontaneidade suficiente, a partir do seu encontro com Fanny – praticamente uma Emily Gilmore dançarina -, é que a série flui. A dança é um ponto importante aqui, já que além de ligar as duas personagens principais, também é responsável por inserir as jovens alunas na história.

Um dos pontos fracos da série, infelizmente, são as personagens adolescentes, que até o momento apresentaram estereótipos clichês. Ainda assim, esse núcleo consegue render bons momentos de apoio, como a homenagem no velório e o concurso para os pés mais feios.  Contando com humor peculiar, bem como os habitantes excêntricos da cidade, a roteirista equilibra com eficiência a carga dramática, possibilitando que ela cumpra o seu papel de série teen. Embora apresente alguns cliffhangers surpreendentes, como nos finais dos dois primeiros episódios, o drama ainda é previsível em muitos aspectos. O proprietário da rua particular claramente será um futuro relacionamento para Michelle, assim como o motivo de muitas discussões entre as duas. Esses problemas devem ser resolvidos conforme o relacionamento de Michelle e Fanny se estabelece, apresentando uma dinâmica mãe e filha como só a Paladino consegue fazer. Até lá, ainda é possível aproveitar as coreografias, os diálogos rápidos e as cenas fofas que a série proporciona. No último episódio exibido, as discussões entre as duas já estavam mais afiadas, assim como a participação dos coadjuvantes da cidade pareceram mais espontâneas – destaque aqui para a personagem de Stacey Oristano, a melhor de todos desde o piloto . Além disso, há cenas que não fazem inveja à nenhuma outra série musical. Bunheads está longe de superar as expectativas de quem esperava algo no mesmo nível de Gilmore Girls, mas consegue satisfazer quem sentia falta de uma série fofa, despretensiosa e agradável.

1 comment

  1. Estou gostando, apesar de algumas cenas muito longas (aquela em que a Michelle conversa com o “cara da estrada particular” é um exemplo). A Amy escreve de um jeito muito particular. Quem assistia Gilmore Girls (que é a minha série favorita) entende o estilo dela.

Deixe um comentário