quinta-feira, março 28 2024

Em episódio de transição, negociação vazia e a promessa de guerra

twdarrow

[com spoilers do ep. 3×13] A primeira coisa que me veio à cabeça no fim desse “Arrow on the Doorspot”? O AMC vai acabar matando sua galinha dos ovos de ouro muito antes da hora se continuar esticando, a exemplo do que fez neste episódio, arcos e conflitos que poderiam ser resolvidos de uma maneira mais ágil e dinâmica. Exagero? Pode ser, mas vamos lá… Afinal, que diferença fez, para fins narrativos, o encontro entre Rick e o Governador (que de fato teve um ou outro bom diálogo, não posso deixar de reconhecer), visto que ambos passaram praticamente o episódio inteiro negociando o inegociável uma vez que, como espectadores, nós já sabíamos que nenhum deles estava realmente disposto a ceder na rixa estabelecida? Sim, alguém poderia dizer que a reunião dos dois serviu para criar um clima de suspense até certo ponto interessante considerando que o Governador poderia atirar em Rick a qualquer momento usando aquela arma escondida sob a mesa, mas fora isso (e o fato de que cada um saiu dali certo de ter iludido o outro) toda aquela longa sequência foi apenas um estudo mútuo que não chegou a lugar nenhum efetivamente, principalmente se levarmos em conta que ao fim do episódio a decisão de ambos era exatamente a mesma a qual eles já estavam abraçados: ir para guerra e que se dane o resto. Sob esse prisma, o destaque realmente positivo do capítulo mais recente de The Walking Dead para mim acabou residindo nas cenas entre os coadjuvantes (o papo entre Hershel e Milton, por exemplo) e mais notadamente a provocação entre Daryl e Martinez que rendeu não só a única sequência de ação do episódio (quando os dois competem ferozmente para massacrar zumbis), mas também a certeza de que unidos, os dois grupos teriam muito mais força e chances de sobreviver àquele apocalipse. E sim, eu sei que se as coisas caminhassem nessa direção provavelmente não teríamos nenhum grande conflito novo na trama, mas de toda forma… Bom, seja lá como for, só me resta torcer para que os dois próximos episódios que antecedem o final da temporada não sejam apenas transitórios e limitados a mostrar ambos os lados carregando armas e preparando armadilhas. A série já provou que pode fazer muito mais do que isso.

3star

6 comments

  1. Eu, que sempre defendi (e ainda defendo) que o principal da série é a exploração dos conflitos humanos, já estou começando a achar que eles usam o tema para maquiar a falta de assunto (o que é de se entender, já que num apocalipse zumbi, não ha muitas novidades).
    De maneira nenhuma reclamo do desenvolvimento dos conflitos na série, mas, depois de 2 temporadas desequilibradas (a 3ª temporada pode até melhorar no final, mas já teve seu momento bem abaixo da média), já se é para começar a pensar se realmente vale a pena sacrificar o ritmo e qualidade da trama em favorecimento de uma temporada maior. Quanto mais episódios, mais enrolação.

    Quanto a negociação, acho que foi tudo um grande estudo da personalidade do Governador. Enquanto o Rick se mostrava na defensiva, como sempre, o Governador foi muito mais… agradável, talvez? Ele sabe muito bem lidar com as pessoas e manipulá-las e, talvez falando sobre seu passado e como ele era um cara normal, ele tenha criado uma falsa sensação de “cumplicidade” com o Rick. Ele até fez o Rick, que está sempre pronto pra atacar, se sentir a vontade (na medida do possível) para tomar um drink! Ele amansou a fera.
    E isso mostrou a diferença entre os dois. Enquanto o Governador é um manipulador, Rick é um tipo diferente de líder. Não sempre querido, mas pelo menos mais fiel ao seus ideais e ao seu grupo.

    O Rick contando ao Hershel sobre Michonne e pedindo pra ele o fazer mudar de ideia foi ótimo. Mais uma questão difícil que o Rick terá que enfrentar (embora já sabemos qual será a decisão).
    E a Andrea… O que dizer sobre ela? Acho que nada, né?

  2. O que me chamou a atenção nesse episódio sonolento foi o fato da Andrea ser uma fofoqueira afinal nas palavras do Governador: “Andrea me contou
    sobre seu bebê. Que pode ser
    do seu parceiro.
    Mas você está cuidando dela,e admiro isso”

  3. The Walking Dead voltou super fraco. Parece que voltou a ser aquela série pouco expressiva do começo da segunda temporada. A fixação de Rick com Lori no começo da segunda metade da terceira temporada foi um dos piores arcos dramáticos da série, extremamente não convicente e fizeram acabar com a minha empatira pelo personagem. Esses 3 eps extras parecem que foram mais por causa lucros devido a audiência do que pra desenvolver essa história que já é longa (e ainda não acabou nos quadrinhos diga-se de passagem), e está sendo absurdamente arrastada, sendo que nos episódios lentos o desenvolvimento de personagens é bastante pobre e problemático. The walking Dead voltou a ser a série mais superestimadada da tv americana.

  4. Talvez ele tenha falado em atacar lá e ela falou: “Você não pode fazer isso, tem um bebê lá, Philip, que, àlias, pode não ser do Rick mesmo.” Ou algo assim.
    Não quer dizer que ela chegou pra ele e falou: “O Rick é um corno, tá cuidando do bebê que a mulher teve com o melhor amigo.”
    Parecem que vocês se esforçam para odiar a Andrea.

  5. Concordo com você. Seria suficiente e compreensível dizer “Não ataque a prisão, tem um bebê lá”, mas a partir do momento em que ela entra na parte pessoalíssima de dizer se o filho é ou não do Rick (informação desnecessária para o propósito de “segurança do bebê”), já assume uma postura fofoqueira. Não gosto da Andrea mas é motivado, não é gratuitamente já que não há porque pegar birra à toa de qualquer personagem que seja de uma série.

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