quarta-feira, abril 24 2024

Seguindo no clima da expectativa para a estreia da terceira e última temporada de The Leftovers, que volta hoje, 16 de abril às 22h na HBO Brasil, vamos fazer uma retrospectiva das muitas datas previstas para o apocalipse e que (obviamente) não se concretizaram.

Na lista a seguir, você também saberá o está por vir segundo os profetas do juízo final, tal como veremos na série já no capítulo de estreia:

14 de outubro

Na série original da HBO de Damon Lindelof (LOST) e Tom Perrotta, o dia 14 de outubro é o divisor de águas no mundo e na vida de Kevin Garvey (Justin Theroux), Nora Durst (Carry Coon), dos Remanescentes Culpados e de mais 98% da população que ficou “para trás”.

Por enquanto, tal como o 14 de outubro, todas as datas abaixo permanecem na ficção. O que disseram os profetas do apocalipse?

389 a.C

As primeiras profecias do fim do mundo de que se tem notícia surgiram na Roma Antiga. Perto d 634 a.C., um rumor foi espalhado de que 12 águias anunciariam que a capital seria destruída quando completasse 120 anos de criação. Parece absurdo, não? A ideia causou pânico na população, que acreditava que o fim de Roma levaria ao fim do mundo. Existe também o registro de que o ano de 389 a.C. foi dado como a data para o declínio do Império Romano e o consequente fim dos tempos. Mas a queda se deu somente em 476 d.C e, bom… Cá estamos.

79 d.C.

A era cristã ainda estava no começo quando atribuiu-se ao filósofo romano Sêneca a previsão de que a Terra seria coberta por cinzas. Bom, o planeta todo não queimou, mas a erupção do Vesúvio no ano de 79 foi responsável pela destruição completa das cidades de Pompeia e Herculano, fazendo com que muita gente acreditasse que o fim de fato estava próximo. Mas o próprio Sêneca não viu a profecia ameaçar se cumprir: ele morreu alguns anos antes, em 65.

999

Apesar de ser visto como o “número da besta” invertido, 999 foi considerado o ano do fim do mundo devido a interpretação da Bíblia sobre o Dia do Juízo Final: ele aconteceria mil anos após o nascimento de Jesus Cristo. Tudo ficou do jeito que estava na temida data, então, passou-se a acreditar que a contagem dos mil anos deveria ser feita não a partir do nascimento, mas, sim, da morte de Cristo. Só que 1033 chegou e, de novo, nada aconteceu.

1843-1844

Interpretações errôneas da Bíblia levaram a diversas outras previsões equivocadas para o apocalipse. Em 1840, o fazendeiro norte-americano William Miller alardeou que grandes catástrofes ocorreriam na Terra entre 21 de Março de 1843 e 21 de Março de 1844. Miller acreditava tanto nessa teoria que conseguiu reunir milhares de seguidores. Mas ele começou a ser abandonado quando as pessoas perceberam que o tempo estava passando e nada acontecia. Ainda assim, Miller insistiu que a segunda vinda de Jesus Cristo ocorreria em 22 de outubro de 1844, que acabou sendo conhecido como “Dia do Grande Desapontamento”. A partir de então, os dissidentes de Miller decidiram voltar a estudar a Bíblia e criaram a Igreja Adventista do Sétimo Dia, que tem como uma de suas crenças a nova vinda de Cristo depois do “tempo do fim”, sem data marcada.

1910

O Cometa Halley foi observado pela primeira vez em 240 a.C., mas passou a ser visto como um possível mensageiro do apocalipse somente na aparição de 1910. À época, astrônomos do Observatório de Harvard, nos Estados Unidos, notaram que a cauda do cometa poderia conter cianogênio, um gás tóxico. Justo naquele ano, a passagem de Halley foi mais próxima da Terra do que o de costume.

A repercussão das declarações dos cientistas na imprensa levou ao pânico com a possibilidade aventada de que o gás contaminaria a nossa atmosfera. Os astrônomos esclareceram que não corríamos esse perigo, mas não impediram que oportunistas de plantão criassem toda sorte de produtos, como máscaras e antídotos, para lucrar em cima dos mais ingênuos.

A lição foi aprendida e, em 1986, quando Halley voltou, o cometa foi bem recebido pela comunidade científica e por curiosos. Mas, infelizmente, sua observação foi dificultada pela distância maior com que passou da Terra e pela poluição atmosférica. Em 28 de julho de 2061 teremos uma nova chance de ver Halley – isso se o mundo não acabar antes, é claro.

1997

Outro cometa esteve no centro de um possível cataclisma. Marshall Applewhite, líder da seita Heaven’s Gate, afirmava que uma nave espacial viajava atrás do cometa Hale-Bopp, que passou próximo da Terra em 1997. Aos seus seguidores, Applewhite dizia ter informações privilegiadas e que a NASA se recusava a divulgar: a tal nave levaria quem embarcasse nela a um lugar onde seria possível conhecer outro nível da existência humana, longe da Terra, que estaria prestes a ser destruída em um processo de “purificação”.

Mas não dava para simplesmente esperar a nave pousar na Terra e abrir as portas. A tragédia estava na alegação de Applewhite de que somente as almas de seus seguidores poderiam ser salvas. Resultado: em 26 de março daquele ano, o líder da Heaven’s Gate e mais 38 pessoas se mataram na crença de que seriam resgatados por extraterrestres.

Detalhe: o cometa atingiu o periélio (isto é, o momento em que se tornou mais visível no céu, devido a sua maior proximidade do Sol) no dia 1º de abril.

1999

As profecias de Nostradamus davam conta de que o fim do mundo ocorreria em julho de 1999, quando “um grande rei do terror” desceria do céu. Naquele ano, também surgiram religiosos como o pastor Edward Dobson, que chegou a publicar um livro sobre o retorno de Cristo. Mas o que realmente deixou as pessoas apreensivas foi a virada para o ano 2000, quando poderia ocorrer o chamado “bug do milênio”.

A explicação é que os softwares de antigos sistemas de computador não haviam sido escritos levando em conta os dois algarismos iniciais do ano no campo de data. Sendo assim, quando viesse a badalada da meia-noite, “99” viraria “00” e as máquinas reiniciariam a contagem do tempo.

O equívoco, especulava-se, poderia levar bancos, instalações militares e até mesmo usinas nucleares a uma grande pane. De fato, alguns sistemas “burros” enfrentaram problemas, mas nada em grande escala. Afinal, o problema foi identificado em 1970 e houve tempo suficiente para programar as atualizações necessárias.

2008

Ao longo dos séculos, vários e vários religiosos pregaram o fim do mundo, mas poucos foram convincentes em suas teorias ou se levaram tão a sério a ponto de ganharem destaque na mídia. Ronald Weinland, pastor da Igreja de Deus, é um desses que conseguiu o feito de chamar a atenção das pessoas.

Em 2006, ele publicou o livro “2008: God’s Final Witness” (“2008: A Última Testemunha de Deus”), em que narrava como se daria a extinção da raça humana. Autoproclamado “porta-voz de Deus” e “testemunha da Revelação”, ele afirmava que o mundo atravessaria uma “nova era das trevas” durante um período de dois anos e que os Estados Unidos entrariam em colapso, provocando uma profunda desestabilização na ordem mundial.

Segundo a profecia de Weinland, Cristo retornaria exatamente no dia 30 de setembro de 2008, mas o próprio pastor revisou o cálculo e adiou a volta do “Salvador” para 27 de maio de 2012. Nada aconteceu e Weinland deu uma nova data: 19 de maio de 2013. E assim ele faz desde então, projetando infinitamente a segunda vinda de Cristo. A mais nova previsão é para 8 de junho de 2019. O mais curioso neste caso é que Weiland não parece nem mesmo preocupado em se basear em estudos bíblicos: ele simplesmente supõe datas e diz que assim será.

2012

Esta é certamente a profecia recente que mais causou alardes no mundo. Supostamente, o calendário Maia estabelecia 2012 como o ano em que eventos catastróficos em série ocorreriam no planeta: quedas de meteoros, terremotos, tsunamis, tornados, tempestades solares etc. Havia até uma data específica: 21 de dezembro. Chegou-se ao ponto de a NASA intervir e publicar um vídeo explicando que o calendário Maia foi mal interpretado.

John Carlson, diretor do centro para a arqueoastronomia da agência espacial norte-americana, estudou a profecia por 35 anos e assegurou às pessoas que não existem evidências de que os maias profetizaram a destruição da Terra. De acordo com ele, tudo não passava de um cálculo que colocava 21 de dezembro de 2012 como o início de um novo ciclo. É que os maias mediam o tempo em 13 blocos, chamados “baktun”. E o que ocorreu em 2012 foi simplesmente o fim desse período de 13 “baktuns” e o início de outro.

2017

E chegamos aos dias atuais. Nós tivemos a primeira notícia falsa sobre o fim do mundo há alguns meses, quando tablóides britânicos (sempre eles) disseram que um tal Dyomin Damir Zakharovich, supostamente um astrônomo russo, afirmou que um asteróide recém-descoberto se chocaria com a Terra no dia 16 de fevereiro (curiosamente 2 meses antes da estreia da 3ª e última The Leftovers, hein?).

Mas Zakharovich aparentemente sequer existe. O único fundo de verdade na “notícia” é que um grande asteróide de fato foi descoberto no Sistema Solar pela NASA, em novembro passado. Contudo, a agência garante que ele não oferece riscos ao planeta por estar muito longe de nós, algo em torno de 132 vezes a distância entre a Terra e a Lua.

Mal saímos de uma teoria (no caso acima, uma lorota) apocalíptica e já estamos em outra, pois existe a previsão de que conheceremos o fim do mundo em 21 de agosto próximo, quando ocorrerá um eclipse solar – o primeiro, em mais de 100 anos, a percorrer toda a extensão das Américas, de costa a costa.

O fenômeno é tido como prenúncio do apocalipse segundo profecia do apóstolo João na Bíblia, que metaforicamente descreve o eclipse como “uma mulher vestida de Sol, grávida e que está sobre a Lua”. O texto continua, dizendo que “a criança, ao nascer, ascenderá aos céus e os anjos destruirão o monstro” que deseja matá-la.

As profecias de Nostradamus, provavelmente baseadas no livro do Apocalipse, também citam um longo eclipse solar e o surgimento de um monstro como sinal do fim dos tempos. Porém, há quem diga que Nostradamus se refere ao eclipse total previsto para 2 de julho de 2019, que deverá durar ainda mais que o eclipse que veremos daqui a alguns meses.

3013

Para finalizar, caso a gente sobreviva a dois eclipses solares e mais tantas outras teorias e profecias que certamente ainda virão, a expectativa é que a Terra dure menos de mil anos.

Isso de acordo com ninguém menos que o renomado físico teórico e cosmólogo Stephen Hawking. Em 10 de abril de 2013, ele deu uma entrevista ao jornal L.A. Times em que afirmou que o planeta não aguentará mais um milênio, sendo tão frágil perante as intervenções humanas na natureza. Ele argumentou ainda que os cientistas e os governos precisam continuar a explorar o espaço a fim de descobrirem um novo lar para a nossa espécie viver.

Faz sentido, não? Veremos se o Pastor Matt Jamison terá alguma profecia para o fim do mundo na 3ª temporada de The Leftovers a partir do dia 16 de abril às 22h na HBO. Todos os episódios estarão simultaneamente disponíveis na HBO GO, assim como as duas primeiras temporadas para quem quiser se atualizar.


Acompanhe a HBO no TwitterFacebook e Instagram para receber as novidades sobre The Leftovers.

Deixe um comentário