quinta-feira, abril 18 2024

Eu gosto muito de Ozark, da Netflix. A série tem um clima único, uma espécie de “aura” que paira sobre a região peculiar do lago Ozarks onde tudo de ruim, escuso e criminoso acontece à luz do dia. Boa parte dos méritos da produção vem também da dupla de protagonistas interpretados pelos ótimos Jason Bateman (Arrested Development) e Laura Linney (The Big C).

Enquanto o ator que é característico por interpretar personagens cômicos confere leveza e serenidade a Marty Byrde, Linney apresenta uma performance brutal para a implacável Wendy. A maior constante no thriller sobre lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, contudo, é a presença marcante da vencedora do Emmy Julia Garner como Ruth Langmore, que deve voltar a brilhar no circuito de premiações.

No entanto, esta temporada “4A” de Ozark, apesar de consistente e satisfatória na missão de preparar o “terreno” para a segunda metade (que deve estrear em algum momento ao longo de 2022), claramente tem a função de protelar algumas resoluções e jogá-las mais pra frente, enquanto exige dos roteiristas criar situações repetitivas ou anti-climáticas, notadamente quando algum membro da família Byrde está em apuros.

Ozark
Fonte: Netflix

Isso acaba jogando toda a força narrativa das temporadas anteriores – de que o inevitável está próximo – e transforma Marty Byrde numa espécie de “MacGyver” da lábia ou cria situações deus ex-machina completamente inverossímeis apenas para estender o tempo em tela.

Vejamos: Ozark está sempre no quaaaaase: Quase que Marty morre, quase que Ruth se complica, quase o filho é preso, quase a casa cai pro cartel… Eles esticam o elástico ao máximo, apenas para segundos depois relaxá-lo. Isso, ao longo de 7 episódios de 1 hora, acaba sendo cansativo.

Era melhor termos uma temporada menor e completa do que essa “meia” temporada que só serviu pra ganhar tempo até que a Netflix resolva dropar a parte B em seu site.