quinta-feira, abril 25 2024

True Detective

Uma série policial na qual o cenário e principalmente os investigadores (ou pelo menos um deles) parecem ser bem mais complexos e misteriosos do que a própria investigação que conduzem. De forma geral, dá para resumir assim a novata True Detective, série policial que a HBO Brasil estreou neste domingo, 12, e que já no primeiro episódio fisgou totalmente meu interesse graças à narrativa que alterna faixas temporais distintas (deixando lacunas que fomentam perguntas diversas) e traz ambientação, trama e sobretudo personagens (com destaque para o do Matthew McConaughey) absolutamente intrigantes.

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Com a promessa de concluir sua trama em oito episódios, True Detective é a  grande aposta da HBO no formato antologia (já utilizado por American Horror Story) e é também a primeira produção para TV a ter todos os episódios escritos e dirigidos pelas mesmas pessoas (a dupla Nic Pizzolatto e Cary Fukunaga respectivamente), uma novidade que, se bem sucedida, tende a conferir um tom e um estilo bem mais uniforme para cada capítulo que somados poderiam ter muito mais cara de filme do que o resultado geralmente alcançado por séries mais convencionais do gênero.

Situada no estado da Louisiana num cenário carregado por uma atmosfera sombria (reforçada pela fotografia fria) e que remete a um estado de solidão e abandono constante, a trama começa quando os outrora parceiros, Martin Hart (Woody Harrelson) e Rust Cohle (McConaughey), revisitam, através de entrevistas individuais no ‘presente’, os desdobramentos de uma investigação conduzida por eles em 1995 a respeito de um assassinato que, à época, envolvia elementos aparentemente ligados a um ritual macabro.

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E como mencionei antes, muito mais do que o crime investigado, o que realmente faz desse primeiro episódio uma introdução marcante da série, é a forma como ela estabelece um quê de dúvida sobre a personalidade e o caráter de seus protagonistas que, por tabela, ajuda a despertar boas perguntas sobre a própria natureza da relação de ambos com o trabalho.

Nesse contexto, à medida em que o Martin de Harrelson parece ser o sujeito certinho, mas com segredos pessoais (trai a esposa, talvez?), o Rust de McConaughey (excelente em mais um trabalho), que faz o tipo esquisitão com passado nebuloso (perdeu a família em circunstâncias não esclarecidas) e que parece enxergar em seus métodos pouco ortodoxos de trabalho, uma maneira singular de exorcizar fantasmas ou até mesmo de, quem sabe, abraçá-los.

Só o tempo dirá se True Detective se consolidará como A série de 2014, mas o que já dá para dizer, considerando esse ótimo episódio de estreia, é que ele nos deu boas e sólidas indicações de que a HBO parece ter acertado mais uma vez.

5star

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