sexta-feira, abril 19 2024

por Camila Picheth

[contém spoilers] Mais uma vez o planeta Terra corre um terrível risco, carros estilosos viram robôs com o triplo de seu tamanho e uma garota gostosa perfeitamente vestida corre de salto ao lado do protagonista sem muita razão. Transformers: O Lado Oculto da Lua segue o padrão dos filmes anteriores, com muita enrolação, diálogos péssimos e intermináveis tiros e explosões desconexas. A premissa: antes da destruição do planeta de origem dos Autobots, uma nave tentou escapar e acabou caindo na Lua. Confidencialmente, foi tal evento que gerou a corrida espacial na década de 60. Agora, os itens que estavam na nave podem ser uma ajuda para a Terra ou podem ser a razão de sua destruição. É melhor não entrar em detalhes de como isso afeta a história dos filmes anteriores; basta dizer que esse é o mais fraco da trilogia, o que era de se esperar, já que a dupla dinâmica Roberto Orci e Alex Kurtzman (Fringe/Alias/Hawaii Five-0) não estava por trás do roteiro. Mesmo assim, há alguns aspectos interessantes na trama, principalmente para os fãs de séries.

Primeiramente, o destaque vai para vilão humano da vez: Patrick Dempsey (Grey’s Anatomy). É interessante o assistir o “McDreamy” num papel maléfico. O bom doutor aqui é Dylan Gould, presidente de uma grande empresa, com uma grande e cara coleção de carros. Considerando o nível da premissa do filme, ele funciona como parte do lado negro da força, assim como as razões de seu personagem para trabalhar para os Decepticons. Como um dos personagens cômicos da história, temos ninguém menos que o Señor Chang (Ken Jeong), de Community, com toda aquela intensidade e estranheza típica. Ele trabalha no mesmo escritório que Sam, e se coloca em uma situação bizarra para passar informações para o protagonista. Sua participação é pequena, mas deixa o filme mais alegre (e lhe dá a oportunidade de gritar “Señor Chang!”). Já para os fãs de sci-fi, tem até Alan Tudyk no elenco. Mais lembrado como o piloto Wash, de Firefly/Serenity, ele faz um bom trabalho como o assistente com stress pós-traumático e possivelmente homossexual do agente Simmons, lembrando seu personagem Alpha, de Dollhouse. Vale a pena também mencionar a participação do grande John Malkovich (Jonah Hex) e da ícone Coen, Frances McDormand (Fargo). Seus papéis estão meio soltos na trama, principalmente o de Malkovich, mas mal não faz ter dois fantásticos atores em cena (ainda que inexplicavelmente num projeto como esse).

Transformers: O Lado Oculto da Lua não é nada mais que um filme com efeitos incompreensíveis, muitos cortes (típico de Michael Bay), objetificação de mulheres e praticamente zero conteúdo. Nem o McDreamy salva esse desastre.

2 comments

  1. Não concordo nem um pouco com vc! Com certeza tivemos momentos fracos no filme, tbem não engoli muito bem como o Sam (Shia) passou das juras de amor eterno com Mikaela (Megan) para a mesma situação com uma atriz que eu nunca tinha visto na minha vida, Rosie Huntington-Whiteley (que cumpre o mesmo papel raso de Megan Fox: ser um colírio) foi um pouco forçada para minha percepção feminina. Ta certo que a saida da Megan foi culpa dela mesma, mas isto é outra coisa. Mas as cenas de perseguição em que Sam voa fora do carro quando Bee se transforma e a maneira com que volta para dentro do Bee foi muitoooo bem feita, bacana e engraçada. Em minha humilde opinião a trilha do filme é muito boa e se mostra como outro ponto forte. E principalmente, o filme cumpre mais que perfeitamente o papel a que se propõe que é o de trazer descontração a quem rala o dia todo e só que viajar numa historia de ficção, com atores que tem carisma.

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