quinta-feira, abril 25 2024

Por Davi Garcia

Com uma fórmula absolutamente desgastada há pelo menos dois anos, House retornou, na noite da última 2ª feira nos EUA, para o que deve ser seu último ano sem esboçar qualquer sinal de que possa voltar a empolgar e merecer o status de ser uma das melhores da TV (o que, vale registrar, ela já foi). Em “Twenty Vicodins”, reencontramos House prestes a sair da prisão após cumprir pena pelo ‘incidente’ com o carro jogado na casa de Cuddy. No lugar, como já era de se esperar, ele se envolve em um caso médico em meio a um pequeno festival de clichês com direito a bullying de outros presos, amizades improváveis, rebelião e etc. E como se isso já não fosse o bastante para deixar qualquer fã da série desanimado, o episódio não faz o menor esforço em mostrar se House sente algum remorso pelo que fez, já que o aspecto psicológico do personagem é tratado de forma vaga, meio que confirmando a ideia de que o amadurecimento do médico, trabalhado de forma gradual ainda que irregular nas duas temporadas anteriores, realmente se perdeu no limbo criativo da série.

Apesar dos muitos equívocos de um roteiro capenga e pouco inventivo, Hugh Laurie faz o que pode para tentar salvar o barco e mesmo longe de ter uma performance tão boa e marcante quanto aquela de “Broken”, por exemplo, – o excelente episódio evento que abriu o 6º ano da série e que este “Twenty Vicodins” tenta repetir sem êxito -, é justo dizer que o ator consegue conferir certa profundidade a um personagem que, infelizmente, já não tem o apelo de outrora que o transformou num ícone pop mundial. Nesse contexto, o que nos resta de motivação para seguir acompanhando a série até seu derradeiro final, senão a curiosidade de ver como House reconstruirá (se é que isso vai ocorrer) suas relações pessoais e principalmente com a medicina? Parece pouco? Para mim com certeza é, mas ao que tudo indica é o que David Shore e companhia nos reservam. Ou vai dizer que você ainda acredita numa grande virada que possa recolocar a série nos trilhos aos 44 do segundo tempo?

A 8ª temporada de House estreou na Fox americana no dia 3/10 e chega ao Brasil no dia 3/11 pelo Universal Channel.

12 comments

  1. É claro que este episódio não chega aos pés de “Broken”, mas mesmo assim eu me divertir… e não é pra isso que vemos séries??

  2. Nunca vi House, mas sabendo que a série terá uma temporada final, darei um chance quando tiver tempo.

  3. Fernanda, há um ano eu te perguntei o motivo de vc n ter colocado House entre as melhores. Hj, vejo q devia ter te ouvido antes, rs. Achei q ‘Huddy’ seria a virada que poderia ter colocado a série nos trilhos, mas me enganei terrivelmente. Uma pena. Assistirei até o fim, mas sem motivação alguma e qdo n tiver nada melhor p fazer. Totalmente compreensível a Lisa Edelstein ter saído. Esperta ela!

  4. ok. pode rir. comentei no post errado. HAHAHAHAHA. excetuando o nome do autor a e pergunta de um ano atrás, o resto se mantém. #fail

  5. Concordo que House já passou de seu ponto, esticaram demais esse chiclete, mas em vista dos ultimos episódios das ultimas duas temporadas em que eu assitia até o final pelo simples fato de ainda ter alguma esperança, esse primeiro episódio pra mim, apesar dos clichês mencionados com razão acima me deram um pouco mais de ânimo pra essa (espero) ultima temporada.

  6. ninguém pode negar que house não é mais o boom que já foi, mas devo dizer que sou apaixonada pela série e pra mim não é nenhuma dificuldade assisti-la.
    <3

  7. Ainda assisto por fidelidade ao que a série já foi, é bem verdade. Eu achei a proposta da 8ª temporada um tanto quanto enfadonha, mas se souberem trabalhar o roteiro com inteligência e dinâmica, dá pra extrair um bom desenvolvimento da trama neste último ano. Se eu pudesse pedir uma coisa nesta temporada, seria pela evolução do House como ser humano. O cara vai pro manicômio, se trata de um vício, faz terapia, passa por tudo aquilo e joga um CARRO dentro da casa da ex-namorada (WTF????) é como se o personagem andasse sempre em círculos. Espero que a prisão traga uma lição real para a ele, que ele mantenha a personalidade azeda dele, mas consiga estabelecer relacionamentos saudáveis, ainda que com poucas pessoas, que ele possa equilibrar o ceticismo dele com algum bem-estar.

  8. Até gostei moderadamente de “Twenty vicodins”. Mas, assim como “Broken”, que foi excelente e um marco na série, é um episódio que foge da rotina. Nada nos garante que os próximos vão voltar a ser empolgantes como eram há alguns anos. Atualmente tenho assistido a “House” só por assistir, pra fechar o ciclo, sabe? Espero que a série tenha um desfecho digno, pelo menos.

  9. Acho que tem muita gente indo pela onda de dizer que House está desgatado. Afinal, no que? Será que é no personagem, que todo mundo ainda ama? Será que é no elenco, que quase todo o público adora? E o que eu estranho mesmo é que a maioria das pessoas que diz que House está desgastado gostaria de ver na 8 temporada justamente o que mudou na série na sexta e sétima temporada, que foi o ridículo relacionamento com a Cuddy. Os que acham que House não é mais o mesmo gostariam justamente que ele fosse o esquisito House que mudou o foco de alguns episódios nos dois últimos anos! Para mim mais do que sinal de que a maioria está indo pela onda. E todo filme, série, novela, livro, revistinha se baseia em clichê. Aliás, é como interpretamos o mundo, recorrendo a tipos, ideias, concepções, enquadramentos. E vamos combinar que House foi beeem House na prisão. Não o idiota que se envolveu com a Cuddy. E chamam isso de amadurecimento??? E isso não seria clichê. Oras, convenhamos…

  10. Mas não se trata, penso eu, de querer aquele House suavizado das 2 últimas temporadas, mas sim de vermos alguém que evolui à medida em que consegue lidar com seus fantasmas (sua ojeriza às pessoas em geral, por exemplo) sem se perder na loucura de cometer atos hediondos como se lançar com um carro na casa de alguém. A crítica que faço nem é tanto em cima do protagonista (que eu também ainda adoro, diga-se), mas da série em si e sua estrutura esquemática que já cansou pois entra episódio, sai episódio e nós sempre sabemos como as coisas vão se desenrolar. Eu critico, mas no fim é claro que eu quero que House volte a me surpreender e merecer estar no meu top 5.

  11. O House desde o começo se mostrou uma pessoa totalmente diferente e nada sujeita a mudanças e é exatamente isso que faz o seriado bom. Eles criaram um personagem totalmente cômico. E ele o fato dele melhorar e amadurecer é o que estragou o seriado! Acho que agora eles estão tentando fazer o grande retorno do verdadeiro House… E espero que ele termine exatamente como começou porque se não, essa vai ser só mais uma historia holywoodizada, com o final lindo. Na minha opinião, o problema de House, além de tentarem modificar o protagonista, é que eles estão focando cada vez mais na vida pessoal dos personagens e cada vez menos da medicina e isso fode tudo. Espero que House volte ao formato das primeiras temporadas e pare com essa bobajada toda!

  12. House sempre começa bem. Acho incrível, sempre, sua open season. Mas depois, as usual, ladeira abaixo.

    Detestei a forma como apenas comunicaram a saída de Cuddy. Em Law&Order, com a saída de Eliot (tb na abertura da temporada) as citações ao personagens foram lindas e cheias de significado. isso que é série digna que respeita quem trabalhou.

    No mais, pelo bem da carreira de Hugh laurie, que seja a última temporada.

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