quinta-feira, março 28 2024

Por Bruna Bottin

Imagine viver num mundo onde as lembranças do seu passado são absolutamente vagas. Imaginou? Pois é num mundo assim, o de Once Upon a Time, que se encontram os moradores da cidade fictícia de Storybrooke,  um lugar que serve como uma espécie de prisão – originada a partir de uma maldição lançada pela Rainha Má – para os habitantes que não conseguem se lembrar do seu verdadeiro passado mágico e lá vivem como cidadãos comuns. Considerando esse panorama, foi bacana me deixar surpreender pela nova série da ABC que, mesmo retratando um velho tema conhecido do público (dos contos de fadas), não se permitiu, pelo menos até agora, cair no clichê. Durante os dez episódios que já foram ao ar, Once Upon a Time manteve uma boa transição entre os dois mundos, apresentando muito bem em formas de flashbacks os momentos em que os personagens viviam normalmente no reino encantado. A cada episódio, fomos conhecendo as histórias de personagens como Branca de Neve, Princípe Encantado, Grilo Falante, Cinderela, Rumpelstiltskin, Caçador e João e Maria – que precisam da ajuda do pequeno Henry, que sabe toda a verdade, para se libertarem do feitiço.

Meu maior receio quando comecei a assistir ao drama foi que os personagens simplesmente passassem a acreditar no garoto, o que ia acabar deixando tudo forçado demais. Mas no atual ponto que a temporada está, vimos que por mais provas que Henry consiga juntar para sua Operação Cobra (nome dado para a missão de libertar os personagens daquele feitiço), a dúvida prevalece na cabeça de Emma (Jennifer Morrison), sua mãe biológica. No episódio The Heart is a Lonely Hunter, em que Graham beija Emma e se lembra da sua real identidade (O Caçador), notamos que, mesmo ele afirmando para ela que acredita na teoria do menino, Emma segue incrédula mesmo após Graham morrer em seus braços. Enquanto para Henry o que importa é trazer à tona a lembrança de todos os moradores da cidade, Emma vai se deixando levar pelo filho, com a desculpa que quer apenas enfrentar e vencer a poderosa prefeita Regina (a bruxa Má).

Ainda que siga um ritmo lento, Once Upon a Time ainda assim se destaca pela evolução de cada episódio. Os criadores da série,  Edward Kitsis e Adam Horowitz (ambos ex-roteiristas de LOST), estão desenvolvendo bem os personagens, como por exemplo o vilão (ou aliado?) Sr. Gold, que segue enigmático e essencial para o andamento das histórias. O fato dele ser um homem que vive de tratos que não podem ser quebrados chama muito a minha atenção. E nisso tudo, ainda não ficou claro para mim se ele consegue se lembrar que é Rumplestiltskin ou mesmo se sabe da maldição que assombra Storybrooke. Outra bela personagem é a Regina, que tanto como prefeita quanto como Rainha Má, aparece sempre muito bem, deixando explícita a ideia de que é uma vilã amargurada e que fará de tudo para seguir mandando em seu pequeno “reino”. No geral, a série está fazendo bom proveito das referências aos contos de fadas, adaptando cada história de forma singular e, no processo, fazendo uma ponte inteligente entre elas.

13 comments

  1. Os roteiristas de Lost estão com tudo, ja mostraram em Once Upon a Time o Whisky McCutcheon que também tem no Lost além também das Apolo Bar.

  2. Cada dia mais apaixonada pela série. Excelente trabalho dos roteiristas. E acredito que o Mr. Gold, assim como Regina, sabem de tudo.

  3. Ah ele sabe sim, certeza, da pra ver pelo jeito como ele age

  4. Achei bem legal a série, comecei a assistir por causa dos roteiristas de LOST. Mas sempre tenho a impressão que falta “algo” na série, sei lá…

    Como fã de LOST achei muito bacana as diversas referências que eles fazem a série em cenas de alguns episódios, principalmente no piloto.

    O que Once Upon A Time peca demais é nos horríveis “efeitos especiais/visuais”, uma pena…

  5. Achei bem legal a série, comecei a assistir por causa dos roteiristas de LOST. Mas sempre tenho a impressão que falta “algo” na série, sei lá…

    Como fã de LOST achei muito bacana as diversas referências que eles fazem a série em cenas de alguns episódios, principalmente no piloto.

    O que Once Upon A Time peca demais é nos horríveis “efeitos especiais/visuais”, uma pena…

  6. Me interessei mais por Once Upon a Time do que por Grimm, mas pela falta de tempo (e excesso de seriados) acabei deixando de lado. Vou esperar a temporada acabar e ai vejo tudo de uma vez.

  7. Acho que momentos como o do último episódio, em que o Mr Gold diz quem é o dono da bússola, ao olhar pra um cartão que depois descobrimos estar vazio, provam que ele lembra sim quem é e tem consciência da maldição. Não gostei muito do episódio sobre João e Maria, mas estou adorando a série. Uma das melhores estréias do ano passado! :D

  8. A série é uma gracinha, não tem nada no momento que possa ser comparado… Porém, tenho medo da trama ficar ultrapassada e continuar naquela mesma lenga lenga de salvar os personagens. Não sei. Eu adoro a série, mas tenho um presentimento de que não passa da primeira temporada… Mas queria mto que passasse!

  9. Com certeza passa da 1ª temporada. A audiência está boa (uma das 3 maiores do domingo). E entendo seu ponto de vista. Também fico imaginando se haverá histórias suficientes para serem contadas por muitas temporadas.

  10. Tirando os efeitos especiais (que são terríveis) e a trilha sonora mal feita, Once Upon a Time se sai super bem. É criativa, divertida e faz a gente se lembrar das histórias que nos contavam quando pequenos.

  11. Realmente, esqueci dos efeitos “especiais”. São realmente… Péssimos!!

  12. sempre recomendo a serie,mas alerto sobre os efeitos.
    o roteiro incrivel compensa muito os efeitos.se não fosse o roteiro sensacional que me fisgou no primeiro episodio eu teria abandonado a serie

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