sexta-feira, março 15 2024

Por Bruno Carvalho

A Broadway é a avenida mais extensa da cidade de Nova York, mas é no pedacinho que fica entre as ruas W. 42 e 47 que os famosos musicais tomam vida e encantam plateias do mundo inteiro que chegam à Big Apple para lotar os concorridos teatros. Depois de emplacarem mais um sucesso, os compositores Julia (Debra Messing) e Tom (Christian Borle) já começam a pensar no próximo projeto com a ajuda da produtora Eileen (Angelica Huoston), desta vez sobre a vida da atriz Marylin Monroe. Do outro lado da cadeia criativa, a veterana dos palcos Ivy (Megan Hilty) e a inexperiente Karen (Katharine McPhee) disputam uma vaga para interpretar um dos maiores ícones do Cinema.

Essa é Smash, a nova série da NBC que chega com o acertado enfoque de fazer um musical sobre como fazer um musical. Contando com um ritmo rápido e intenso, mas sem jamais soar atropelado, o piloto também gasta tempo apresentando bem cada um de seus personagens – conhecemos a determinação de Julia, que se divide entre um processo de adoção e a vontade de tocar o projeto; acompanhamos a separação de Eileen, cujo ex-marido ameaça bloquear seus fundos e o trabalho duro de Ivy, que há anos luta para conseguir o seu lugar sob o holofote da Broadway em vez de se manter como uma eterna coadjuvante.

Mas é a Karen de Katharine McPhee que rouba a cena em Smash, compondo uma jovem ingênua, mas ambiciosa e adorável. Os números musicais ganham destaque por alternar – em belíssimas montagens – as cenas de ensaios e testes com flashes da visão (ou imaginação) dos envolvidos sobre o produto final (e sem abusar de auto-tune). Até mesmo quando realizam a abordagem clássica, com as atrizes cantando em situações rotineiras, a condução é orgânica e a direção é feliz em retratar os “populares” encarando-as e (e não ignorando-as ou lidando como se fosse uma situação prosaica) em plena Times Square.

Contemporâneo, autêntico, adulto e eficiente até mesmo em abordar clichês inevitáveis como o famoso “teste do sofá”, o roteiro ainda evita, de forma cuidadosa, ser maniqueísta com a rivalidade entre Karen e Ivy (embora imagino que isso seja inevitável em algum ponto futuro da narrativa), fazendo com que torçamos pela “mocinha” pelo inerente fenômeno da identificação com histórias de superação e não porque Ivy Lynn fora apresentada, por exemplo, como uma “vilã” – o que não é. Smash é uma das melhores coisas que a NBC colocou no ar nos últimos anos, além de ser uma belíssima (e verdadeira) homenagem aos musicais e ao agitado e intrigante show business da Broadway.

Smash tem produção de Steven Spielberg, Craig Zadan e Neil Meron (dos musicais Chicago e Hairspray) e estreia nos EUA dia 6 de Fevereiro na NBC e no Brasil será exibida pelo Universal Channel a partir de 28 de Março, às 23h.

24 comments

  1. Caramba, pra ver como cada um tem uma percepção das cosias.

    Não gostei da proposta da série. Quando fui assistir o pilot sabia da temática, que seria um musical e tal. Mas fui com a mente aberta, esperando alguma coisa que me interessasse.

    O início pareceu promissor, mas aos poucos tudo ficou clichê demais, tudo muito previsível, sei lá.

    O ápice foi o “teste do sofá”. Aquilo não consegui engolir. Era o momento chave (pelo menos pra mim) se eu iria gostar da protagonista ou não, se ela mostraria algum tipo de dignidade ou não. Sei que ninguém vai concordar comigo, mas enfim… Em tempos de BBB, em que não há limites [morais] pra ti conseguir o sucesso, eu fui meio ingênuo em esperar algo diferente da protagonista.

    Boa sorte pra quem continuará assistindo.

  2. Nunca gostei de musicais, nunca despertaram meu interesse, mas esse piloto de Smash me chamou bastante atenção, achei muito interessante mesmo. Gostei da história, assim como dos personagens. Acredito que vem coisa muito boa por aí…

    Finalmente a NBC me parece ter acertado em uma série, o que na minha opinião não vinha acontecendo a algum tempo.

    Que Smash siva de lição pra Fox tirar do ar o ridículo Glee HAHAHA (Até parece…).

  3. eu li esse texto e senti como se ele tivesse sido escrito por mim! hahaha concordo com tudo que vc falou!
    estou apaixonada pela série! uma verdadeira aula de como fazer uma “série-musical” (alô ryan murphy!)
    espero que ela vá bem na estreia na televisão…
    os personagens são ótimos, e é sempre muito bom rever a eterna grace, carismática como sempre!
    não vejo a hora de ver o segundo episódio!

  4. Se até a luisa, que está no canadá, gosttou aho que vale a pena dar uma conferida rsrsrs

  5. Antes mesmo de começar a ler o post tive a impressão de que só veria elogios. Por que será?

  6. Acho que por Glee ter feito um sucesso tão grande como musical vai atrair e ao mesmo tempo afastar pessoas, pelo menos no inicio. Tirando o fato de ambos serem musicais não vi nada parecido entre os dois, mas a impressão que tenho é que muita gente vai ir atrás do seriado pensando que é um “novo” glee assim como vai ter gente correndo por achar que é. Mas a serie é ótima, gamei de cara. Espero muito que a NBC invista nela e que cai no gosto do publico para não ser cancelada, com a NBC nunca se sabe.

  7. Gostei do piloto, ainda não tenho um veredito da série como o autor do texto, mas provavelmente vou gostar dela.
    Nunca gostei de musical porque as pessoas começavam a cantar do nada, mas quando ele é retratado assim, pessoas cantando quando tem que cantar, eu gosto.

    Vejo alguns clichês, mas nem por isso achei ruim, tem clichê que é bom, por isso é um.

    Acho que eternamente a Debra Messing vai estar envolvida com gays e a Angelica Huoston sempre vai me meter medo.

    Ótima review, espero que passe logo no Brasil, prefiro ver na tv,

  8. De fato, não tem nada a ver com Glee, parece ser muito melhor e para um público mais adulto.

  9. De vez em quando cria-se a necessidade de algo ser bom pra justamente combater o ruim. Aqui obviamente Smash tem a função de literalmente esmagar Glee e provar sabe-se lá o que.

    Contaram uma história como eu contaria verbalmente pra alguém. Não houve a preocupação de sequer expor a motivação das personagens que disputam o papel principal. No mesmo caminho está a decisão de se criar o tal musical da mesmo forma que se decide ir ao mercado, demasiadamente trivial.

    Nisso fico me perguntando onde está o tal roteiro bom que foi descrito pelo texto. É possível criar vínculos com essas criaturas superficiais? Dizer que a cena do restaurante teve esse propósito é no mínimo ingênuo diante de um ritmo que atropela o desenvolvimento dos personagens.

    Do resto temos o clichê do clichê nas cenas cenas onde acontece as transições do real para o imaginário. Completa falta de imaginação. Quem aprecia o gênero deve ter se espantando com a transição grotesca da música Beautiful quando a mesma faz uso do auto-tune. Simples assim: modelação de voz é muleta de cantor sem domínio pleno da técnica. Podem chiar mas nisso a série não se distancia de Glee.

    Uma coisa me deixou pasmo em particular: vi a promo da série e basicamente o episódio em si não acrescentou nada relevante aos dois minutos do vídeo de divulgação. Preocupante. Deve ser por isso que o vídeo do iTunes termina e começar já mostrando o que acontecerá ao longo da temporada, já que a coisa termina como um simples one-shot que não desperta lá muita curiosidade.

    P.S.: Produzir um musical, ao meu ver, é a pesquisa, o desenvolvimento, a criação. Nada disso está na série. Não vi o motivo da escolha do ritmo, da letra ou mesmo da coreografia. Quem não conhece Marilyn Monroe, como questiona uma personagem, certamente ficará chupando dedo caso espere que a série ajude nesse sentido.

  10. Não explicaram a motivação, João Paulo? Os caras são produtores, as meninas são atrizes, todos apaixonados por musicais (a Karen desde criança, como a série bem pontuou)!

    Criaturas superficiais? Tem certeza de que não está falando de Glee? Como o Bruno falou, o ep gastou muito tempo apresentando e não só fazendo númerozinhos de dança.

    E o mais absurdo é isso que vc falou: “quem não conhece Marylin”. Smash é uma série pra ADULTOS e adultos conhecem Marylin Monroe. Tratar o público como ignorante é coisa de Glee. Se você queria um musical que homenageasse personalidades contemporâneas como Britney Spears, Justin Bieber e Madonna, não será Smash.

  11. tghz :
    Não explicaram a motivação, João Paulo? Os caras são produtores, as meninas são atrizes, todos apaixonados por musicais (a Karen desde criança, como a série bem pontuou)!
    Criaturas superficiais? Tem certeza de que não está falando de Glee? Como o Bruno falou, o ep gastou muito tempo apresentando e não só fazendo númerozinhos de dança.
    E o mais absurdo é isso que vc falou: “quem não conhece Marylin”. Smash é uma série pra ADULTOS e adultos conhecem Marylin Monroe. Tratar o público como ignorante é coisa de Glee. Se você queria um musical que homenageasse personalidades contemporâneas como Britney Spears, Justin Bieber e Madonna, não será Smash.

    Não conheço um personagem sequer que tenha conquistado o grande público só porque são “apaixonados” por algo. Isso é argumentação barata. Sou apaixonado por algo e por isso mereço qualquer coisa relacionada? Não, é assim que funciona.

    A série, segundo o iTunes, é classificada para 14 anos. Claro que todos conhecem o nome Marylin, mas o público de fato conhece sua história, trajetória, importância? Não. Supor que TODOS conhecem alguém é de uma arrogância sem igual.

  12. Sinceramente João Paulo, uma coisa é não gostar da serie que você tem todo o seu direito, mas dizer que a serie não explicou nada? Concordo que quem viu a promo estendida viu o episodio inteiro praticamente mas você disse muita coisa que não condiz.

    Primeiro, a serie apresenta sim seus personagens principais. São seis deles, claro que eles tinham que focar mais em alguém. Como vimos focou mais na Karen e na Julia mas também mostrou a Eileen, a Ivy e o Tom, so acho que o Derek ficou mais no escuro mas acredito que tenha sido intencional desde do começo o nome dele é citado já criando de certa forma uma opinião sobre ele. Mas sera que não seria bom ver a serie passar do piloto pra julga-la superficial? não vi nada de superficial, sei que a serie não pegou na mão deles pequenos e acompanhou até eles crescerem até porque nenhum piloto mostra isso. Um episódio de 40 minutos com seis personagens na minha opinião apresentou muito bem.

    Ok, vamos passar para qual a motivação da Karen? Ela como qualquer outro que tem talento e sonha em ser tornar atriz de musical, sai do interior e se muda para cidade atrás do seu sonho.(isso acontece, a própria atriz é um exemplo disso assim como os participantes do American Idol). Ela não esta se dando bem devido ao currículo light(falta de experiencia) trabalha como garçonete e mora com o namorado, um dia fazendo um teste finalmente alguém chama a criatura para disputar um papel em um musical da Broadway, tu quer mais motivação? Se fosse no quintal da minha casa eu ficava calada mas até eu que não sou nem fã da broadway e se alguém me chamasse eu ia, quem dirá quem que sonha com isso. Se isso não é motivação, diz o que é então?
    Porque acho que se alguém tem um sonho e ta atrás dele, se alguém chega e te convida você vai virar as costas? isso pra você é ter motivação?

    E em relação a produzir um musical, to começando a desconfiar que a gente não viu o mesmo episódio mas vamos la…
    Primeiro, a gente não ta falando de estudantes de cinema ou teatro ou recem-formados, tirando a Karen todo mundo ali trabalha já na área e tem alguma fama. É dito que a Julia e o Tom já tinha apostado em Marilyn o musical mas não deu certo, ai pensaram em fazer uma musica não sei se você notou mas um video foi sem autorização e caiu na internet de uma musica que eles fizeram. A Eileen que teve sua produção parada devido ao divorcio, quando soube quis investir pra fazer uma peça. Não foi tom e julia, foi uma produtora que viu, gostou ou qualquer outro motivo que ela tenha e quis fazer a peça. Tanto que tem uma cena que a Julia fala toda confusa a gente não tem nada pronto, não escrevemos nada. e o Tom outra cena avisa que escreveu mais duas musicas. Pelo que vi, eles ainda vão terminar de escrever a peça. O diretor, quando viu o video achou uma ótima ideia até escreveu um boa critica coisa que ele raramente faz, esse mesmo diretor estava trabalhando com a Eileen até o divorcio ter parado a peça, a Eileen aproveita que ele gostou e é apaixonado pela Marilyn convence ele a tentar pra ver se da certo. Como o proprio Derek(diretor) fala que sabe porque ela ta correndo com esse projeto. A peça só teve a primeira audição do personagem principal e ainda vão decidir ao longo da serie quem ficara com o papel. Acho que ninguém precisa dizer que serie não é vida real, imagine se os 40 minutos da serie fosse mostrando a volta do voo do Tom ou ele e a Julia decidindo a musica. O ritmo do piloto é corrido sim (mas apresenta bem seus personagem) como qualquer outra serie mas não é superficial.

  13. Apenas um adendo, o fato da produção ser classificada para 14 anos não quer dizer que ela não é adulta. Essa é a classificação legal indicativa e obrigatória com base em sua temática. Não é necessariamente uma recomendação.

  14. O piloto foi interessante. Gostei da Katharine McPhee atuando. Me surpreendeu vê-la tão cheia de segurança.

    Espero que faça sucesso. A NBC precisa de um hit urgentemente.

  15. Ah-rá! Quer dizer que depois dos últimos fiascos, Spielberg acertou o projeto no qual depositar sua grana na TV americana? =P

  16. Acabei de ver e vou dizer que gostei muito. Só achei que em alguns momentos o playback ficou muito visível, mas não tira o mérito da série.
    Fui o único que achou semelhante à Cisne Negro? A mocinha que tem tudo pra ser o papel, mas precisa se transformar realmente na personagem; os diretores são parecidos também.
    Bom, mais uma série pra lista – vou acompanhar. Gostei da proposta, da execução, das personagens e do elenco. Uma bela surpresa.

  17. O elenco é bom (leia-se Debra Messing amor eterno), o pilot tbm, mas assim como Glee (no quesito série musical E PARO AQUI MINHA COMPARAÇÃO) vejo que será hype e depois despenca na audiência e na qualidade das histórias. Sei lá, algo nessa série me diz que o roteiro não se sustenta por muito tempo. Coisa de duas temporadas. Escrevam o que eu tô dizendo. Achei o texto bastante otimista, tomara que seja assim, mas acho que não será.

  18. Nossa como podem debater tanto e tirar o sangue por apenas 1 episódio? Eu assiti e gostei do que vi, mas sinceramente se todos os episódios for sobre a história de Marilyn Monroe enu simplesmente espero a estreia de “Sete Dias com Marilyn”, que tem Michelle Williams.
    é muito apego minha gente.
    Opinião todo mundo tem a sua.

  19. Infelizmente tenho que concordar com você. Não tem como sustentar.

  20. Bruno, o correto é Anjelica Huston (com J e seu o O comum nessa palavra). P.S.: Smash funciona perfeitamente como musical. Basta observamos o modo com que a canção original escrita para “Marilyn, The Musical” é utilizada para representar o estado emocional das personagens ao se dirigirem ao teste de elenco, no final do episódio, não se limitando, portanto, a um número musical sem conexão com a história contada, como Glee vem fazendo há intermináveis três temporadas.

  21. Como fã da broadway tenho que discordar de alguns comentarios Acredito que spielberg tenha sim acertado no seriado. Tenho que admitir que enquanto todos ai estão falando da tal Katharine McPhee, tive que pesquisar quem ela era no google, enquanto só conseguia me deparar com a beleza da voz e da atuação de Megan Hilty. Na minha oinião, a série ficou muito bem estruturada no piloto e se, souberem conduzir, tem muita história pra contar. O que mais me agradou na produção, foi o fato de ser tão semelhante com o que realmente acontece nos processos de seleção. Ele não é fora da realidade, nem força nenhuma situação. Também acho que a série é bem diferente de glee e visa um outro publico. E bom, com relação a audincia, todos nós, thespians e theatre geeks estão esperando ansiosamente para ver seus idolos da broadway na tv.

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