sexta-feira, abril 19 2024

Por Davi Garcia

Pegando carona no SuperBowl, o evento de maior audiência do ano na tv americana, o reality musical The Voice voltou à grade da NBC no último domingo estreando sua 2ª temporada com sólidos 37 milhões (16 no share de 18-49 anos). Repetindo a fórmula do ano anterior, o programa apresentado por Carson Daily começa com os astros da música, Blake Shelton (renomado e premiado cantor country nos EUA), Christina Aguilera, Cee Lo Green e Adam Levine (do Maroon 5) em audições cegas onde podem escolher ou não – baseando seu julgamento apenas na voz -, possíveis cantores para integrarem suas equipes de diferentes estilos que, claro, serão treinadas e preparadas para a competição principal que toma forma mais à frente na atração.

Ainda que não seja tão divertido (já que pessoas que não tem o menor dom para cantar sequer participam das audições) e sofra com uma edição pouco dinâmica (principalmente quando comparamos com o Idol), The Voice, contudo, traz uma pequena, mas marcante, subversão de expectativas ao cenário da seleção, visto que quando mais de um dos jurados escolhem o(a) mesmo(a) cantor(a), é a própria pessoa que define quem será seu mentor, o que obviamente provoca situações curiosas em que astros consagrados precisam vender seu peixe dizendo porque seriam a melhor escolha como mentor ao passo em que também precisam lidar com a breve rejeição daqueles que os preterem. Nos dois primeiros episódios (1 no domingo, dia 5 e outro duplo na 2ª feira, dia 6), em meio a muita provocação entre os mentores, destaques para três apresentações: a da jovem roqueira Juliet Simms com uma bela versão de ‘Oh! Darling” de Paul McCartney; Chris Mann, cantor de ópera com voz e disposição para tentar estilos diferentes e Kim Yarbrough, uma veterana com toda pinta e timbre de Aretha Franklin.

Enquanto The Voice retorna tentando se estabelecer, a 11ª temporada de Idol deu adeus às etapas de audições (as duas últimas, que foram exibidas na semana passada nos EUA, ocorreram em Portland e Saint Louis) para abrir a semana de Hollywood, a fase que historicamente é a mais pesada do programa por exigir muito controle emocional por parte dos candidatos pressionados pela grande competição. Nessa etapa (foram 2 partes essa semana), as brincadeiras e as piadas que a edição destaca nas audições são deixadas de lado e dão lugar a um tom um pouco mais sério que se reflete no comportamento do apresentador Ryan Secreast e do trio de jurados Steven Tyler, Jennifer Lopez e Randy Jackson. No 1º dia, quando quase 50% dos 309 aprovados nas audições foram eliminados após as apresentações individuais, a urgência para que os talentos se confirmem logo é notória e com isso não é tão raro que pessoas que apareceram com destaque na 1ª fase fiquem pelo caminho assim como surjam rostos novos que não havíamos visto até então. No geral, boa parte daqueles que apareceram chamando mais atenção antes (casos de Philip Phillips, Reed Grimm e Baylie Brown, por exemplo) passaram para a fase de apresentações em grupo, mas resistir aos egos inflados da competição e à (in)capacidade de se adaptar a estilos diferentes pode ser uma armadilha traiçoeira que fica evidente nos registros dos ensaios que ocuparam a parte 2 da Hollywood Week.

A 11ª temporada de Idol começou dia 7/2 no Sony (que exibe o programa com 3 semanas de diferença em relação aos EUA). The Voice, por sua vez, segue inédito no Brasil, mas já tem seu formato comprado pela Globo que no entanto ainda não revelou se e quando fará a versão nacional.

1 comment

Deixe um comentário