quinta-feira, abril 18 2024

Por Davi Garcia

[com spoilers do episódio 4×18] Se o mundo da televisão fosse sempre pautado pelo senso de justiça e merecimento, Fringe terminaria após uma 5ª temporada de 13 episódios e John Noble seria pelo menos indicado ao Emmy de melhor coadjuvante. A chance das duas coisas acontecerem ainda existem (há boatos apontando para a posibilidade da Fox fazer o anúncio oficial da outrora improvável renovação da série ainda esta semana!), mas caso uma reviravolta negativa ocorra, eu me contentaria com um spin off protagonizado pelo intérprete de Walter Bishop no qual ele faria comentários ácidos e de duplo sentido sobre tudo que quisesse e pudesse: política, economia, comportamento humano e, claro, ciência. Não é nenhuma novidade o fato de que Noble é a grande força motriz de Fringe com seu carismático e complexo personagem, mas se alguém ainda tinha qualquer dúvida sobre a importância que Walter tem para sustentar o desenvolvimento da trama, boa parte do nosso interesse pela série e, no processo, nos divertir com conclusões e tiradas espirituosas bem pontuadas, este belo episódio “The Consultant” certamente as dirimiu.

Primeiro porque nos deu a chance de vermos o personagem esbanjando um orgulho ingênuo (e de certa forma contagiante, por que não?) alimentado pelo retomado relacionamento de Peter com Olivia (um evento, aliás, que o fez recobrar o ambiente familiar que ele perdera nessa linha temporal reescrita) e segundo porque abriu espaço para que pudessemos vê-lo em ação efetivamente ao visitar o lado de lá onde não só teve ótimas cenas com (B)Olivia, bem como ajudou a desvendar o grande esquema armado por David Robert Jones além de forçar indiretamente a resolução do pequeno mistério envolvendo a colaboração de Broyles (que no fim não era mesmo nenhum shapeshifter) com o homem que quer provocar um caos literalmente universal aqui e lá. Não sei para onde Fringe caminha nessa reta final de temporada ou mesmo que surpresas e reviravoltas reserva para encerrar sua jornada ou expandí-la para um último ano, mas de uma coisa eu sei: quando tudo acabar, sentirei saudades das boas reações que a série desperta com seus personagens e suas histórias que são tão mirabolantes quanto envolventes e divertidas.

Outras observações:

– Difícil escolher qual foi a melhor tirada de Walter do lado de lá. Aquela em que ele explica o fato de se referir a (B)Olivia como sua acompanhante fazendo questão de dizer que ela não era uma prostituta ou aquela em que ele promete evitar o hábito de ficar nu ao ser convidado pela ruiva a dormir em seu apartamento.

– A perspectiva realmente muda tudo, não? Se condenar Broyles pelo que fez seria uma escolha óbvia, a coisa muda de figura quando a revelação da motivação da ação dele envolvia a busca da qualidade de vida de seu filho. Uma situação que refletia justamente boa parte daquilo que o próprio Walter fizera.

– Gostei muito do episódio, mas é justo fazer uma ressalva: se a intenção de Jones era expandir os efeitos daqueles acontecimentos bizarros lá e cá através do dispositivo implantado na máquina e, consequentemente, gerar, quem sabe, o próprio fim de um universo (ou mesmo dos dois), foi meio idiota da parte dele tentar usar o bem estar do filho de Broyles como fonte de chantagem, visto que se o chefe da divisão Fringe levasse o plano adiante, ele automaticamente colocaria o filho em risco de qualquer forma, não? Enfim…

16 comments

  1. Faz sentido a terceira das “outras observações” se vc analisar racionalmente né… O amor pelo filho fez o Broyles agir tudo menos racionalmente

  2. Desde Lost uma série não me empolga como Fringe. Espero que se confirme a renovação para uma quinta temporada. #savefringe.

  3. “gerar, quem sabe, o próprio fim de um universo (ou mesmo dos dois),”

    Ficou parecendo que essa era mesmo a intenção, mas indo pela lógica não faz sentido algum.

    Precisariam ter explicado um pouco das intenções ao menos.

    Porque “acabar com o mundo” (ficou parecendo mesmo isso) é coisa de supervilão maluco que não tem objetivo algum.

    P.S. Para quem gosta de Lost ainda.. melhor não assistir o último episódio de Simpsons (S23E18). Brincando, brincando dizem cada verdade, heheh.

  4. Primeiro, eu acho que Jones jamais revelou seus reais motivos para Broyles. Só garantia o bem estar do filho dele se este fizesse o que lhe era mandado. Segundo eu acho que o objetivo do Jones não é “acabar com o mundo” e sim fundir os 2 universos, como vimos que pareceu ter acontecido naquele episódio que o Peter tem uma pequena visão do futuro.

  5. A teoria que eu mais vejo por aí é de que a fusão entre universos não destruiria TUDO, mas sim somente as pessoas/coisas que tivessem um duplo. Nesse sentido, faz sentido a ameaça de Jones em relação a Broyles: como o pequeno Cristopher não tem uma versão A, ele ficaria bem (assim como Peter, Lee, e o próprio David Robert Jones). Olivia, Walter, Astrid e Broyles, por outro lado…

  6. Faz sentido isso que você disse… E combina com a “profecia” do September na qual Olivia precisaria morrer. Talvez UMA delas precise morrer para que a outra sobreviva.

  7. O orçamento diminuiu tanto que eu não me surpreenderia com uma última renovação, apesar de ser algo injustificável artisticamente neste ponto. A bagunça da presente temporada já se tornou uma piada involuntária.

  8. Zé das Couves :
    Faz sentido isso que você disse… E combina com a “profecia” do September na qual Olivia precisaria morrer. Talvez UMA delas precise morrer para que a outra sobreviva.

    faz muito sentido isso!

  9. Não, não. E o resto da população dependeria da sorte de ter ou não sua versão no outro universo? Muito mesquinho pra Fringe.

  10. E o outro Broyles não tinha morrido queimado num furgão há mto tempo? Aparecem dois do nada : S me lembrem aí!

  11. A fusão dos universos não mantém a salvo quem não tem o seu duplo, uma vez que para manter-se vivo, é preciso ainda sobreviver a catástrofe gerada pela fusão, deduzo que Jones queira um planeta só seu, onde criará o seu jardim do éden e, será o todo poderoso, com suas estranhas e modificadas criaturas.
    O tiro que September levou, realmente nos intriga, em 4/17, pensei, Olivia ou BOlivia estará em perigo e o observador vai tomar a frente, em 4/18, esta perspectiva estava fora de cogitação, mas agora em 4/19, quem sabe September seja alvejado nesta guerra entre Fringe e Observadores. http://almiranteaguia.blogspot.com

  12. E curti o episódio, mas acho que gostei mais do final depois dos créditos, onde o nome SIMON é exibido… Peraí, não é esse o nome daquele moleque careca lá da primeira temporada que foi achado num prédio e não falava mas pressentia as coisas? E não foi September que ao final do mesmo episódio ao ver o menino diz em seu comunicador ” The boy is here”… Como se ele tivesse alguma importancia na mitologia? Pelo que vi na chamada do próximo episódio a coisa vai esquentar pois parece que ele volta em versão adulta, e ainda por cima Davi, parece que teremos o nosso velho “Brotha” fazendo uma ponta nesse episódio, é isso mesmo? Se for isso CHEGA LOGO SEXTA FEIRA!!!

    Ainda em tempo, concordo com os coments acima onde dizem que o objetivo de Jones seria fundir, e não destruir ambos os universos, não faz sentido mesmo ele destruir, a menos que ele escapasse para um 3o universo, e a essa altura os produtores não iriam introduzir um novo universo assim. Acho que na outra timeline, como não houve uma cooperação entre as partes, o universo B se desintegrou e causou os estragos que vimos no flashforward de Peter no fim da 3a temporada. Agora temos 2 universos cooperando e se curando, e Jones deve querer destruir isso por talvez achar que a fusão é a melhor saída para curar ambos lados de uma vez (viagem minha nesse ponto provavelmente)

  13. Opa, viagem minha essa do nome do garoto ser Simon, na verdade Simon é aquele cara que lia mentes e descobriu que Peter ainda gostava da (B)Olívia.

  14. Em relação á terceira observação, devo dizer que Broyles não teria que saber necessariamente da extensão dos planos de Jones. Ele poderia não ser que seu plano era destruir ambos os universos com aquele dispositivo.

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