Por Bruno Carvalho
[com spoilers do episódio 3×18] De um lado a lealdade de Diane Lockhart; do outro os egos e quotas de três sócios ansiosos pelo lugar vago na cadeira de “sócio com nome na porta” deixada por Will Gardner e dispostos inclusive a denunciar o próprio escritório para a Ordem por permitir que o stakeholder afastado atue nos casos em que participou. Não bastasse isso, Alicia pôs na cabeça que quer recomprar sua antiga casa e exige um aumento de salário, o que vai gerar a demanda de equiparação por vários colegas. Ninguém quer e ninguém vai ceder, mas é isso que a estrategista Diane quer: deixe os lobos brigando pela carne para ganhar tempo. Já o caso da semana – do acidente do ex-jogador de hóquei com o snowmobile – acabou levantando um articulado jogo de bastidores que mais uma vez mostrou como que, em grande parte das vezes, as coisas são resolvidas no mundinho jurídico: inimigos de inimigos se tornam amigos e o processo que começou contra o fabricante de um equipamento automotor acabou terminando num acordo extrajudicial contra a Liga de Hóquei. Um dos aspectos mais interessantes de The Good Wife é justamente a verossimilhança: quase sempre processos são resolvidos nos bastidores e não com longos e apoteóticas sustentações orais, como Alan Shore fazia em Boston Legal (que também era excelente), mas isso acaba funcionando às vezes contra a série, já que faz com que o espectador sinta que o caso não foi totalmente resolvido. Mas quando se tem o Dr. Louis Canning (Michael J. Fox) na jogada, tudo fica sempre mais interessante. É uma pena que este talentosíssimo ator seja impedido de entrar para o elenco fixo da série não pelo excesso de compromissos, mas por sua saúde debilitada. Em Gloves Come Off não apenas as garras de Lee, Cain e Gold ficaram à mostra, mas também as de Alicia que, já especialista em manipular o maquinário legal a seu favor, agora também aprendeu com a mentora Diane e usou a oferta do concorrente (sem querer querendo) para conseguir aquilo que queria. The Good Wife segue num ritmo admirável de excelentes episódios que sempre trazem um positivo avanço para a trama.
Achei um pouco estranha essa insistência da Alicia na casa antiga, até porque a série tinha dado a entender que ela não estaria disposta a reviver aquelas lembranças novamente. Mais estranho ainda foi ela ter tanto trabalho para conseguir o dinheiro, pelas mesmas razões que acabei de comentar. Afinal, o jogo dela foi muito ousado e ela se queimou claramente com a Diane – uma pessoa que não gosta de ser encurralada. O desenvolvimento da trama foi excelente, como sempre, mas acho desproposital esse interesse pela casa. Pra mim, foi a primeira grande bola fora da temporada (mas, considerando que estamos no episódio 18, isso diz muito sobre a qualidade da série). Espero que esses últimos episódios mantenham o ritmo para que a temporada seja fechada com chave de ouro.
pra mim, perfeitamente explicável essa insistência da Alicia. isso ficou mais claro no episodio mais recente. a casa é tipo a vida dela.
Excelente episódio, aguardando a resenha do seguinte com o Chandler, que também foi ótimo.
Eu acabei de ver o 3×19 e, de fato, há um esforço para explicar melhor o interesse dela na casa (mais flashbacks etc). Porém, a série deu a entender em outras ocasiões que a Alicia “evoluiu”, não é mais aquela pessoa que foi feliz, mas percebeu um dia que sua felicidade foi, em parte, bastante ilusória. O que ela fala pra Caitlyn sobre deixar a empresa foi um desses momentos – ela diz, não lembro com que palavras, que a moça pode se arrepender. A questão é que com algum esforço, compra-se sim a ideia, mas não é algo natural depois de tudo o que ela passou lá. Eu, vendo os flashbacks mais sofridos, fiquei angustiada – e com dificuldade de imaginar como ela pode querer voltar para aquele lugar.
Essa semana ainda sai! Abs.
Hummm, me parece muito um puxa-estica.Vou deixar de ver.
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