quinta-feira, março 28 2024

Estreou ontem na Rede TV! o programa Saturday Night Live Brasil, licenciado da Broaway Video/NBC e que tem o mesmo formato do original. O programa tem um time liderado pelo comediante Rafinha Bastos e veio com a difícil missão de substituir o horário vago pelo Pânico na TV, que foi para a Band por problemas com o pagamento de salários pela emissora. O humorístico começou com uma surpresa interessante: fazendo piada já na abertura com a entrevista de Xuxa ao Fantástico, provou que irá sim abordar temas atuais e (tentar) extrair humor deles. Bastos também chegou mais comedido no cenário que imita a Grand Central Station de Nova York e conseguiu fazer piada consigo mesmo e com o programa, ressaltando as diferenças gritantes entre o original e esta versão licenciada (“o convidado musical do programa em NY esta semana foi Mick Jagger, aqui recebemos um ‘não’ de Frank Aguiar“), brincou com o fato de ser exibida em um domingo e ainda soube dar várias indiretas em seu monólogo sem o desfile costumeiro de ofensas (algo que Marcelo Adnet do Comédia MTV já domina). Mas o problema veio nos blocos seguintes.

Daria até para relevar o fato da atração ser em um domingo se fosse boa. Mas não é. As esquetes foram longas, arrastadas e sem punchlines. Atores competentes do teatro como Anderson Bizzocchi do grupo Companhia Barbixas de Humor ficaram completamente vendidos pelo texto ralo, desconexo e sem graça. Aliás, o “ao vivo” do programa não deixou nada a desejar ao do UFC da Globo, ironizado pela própria atração. Com apenas dois cenários “móveis” disponíveis nos estúdios da Rede TV! em Osasco, a proporção do tempo realmente ao vivo da atração foi baixíssima. Mas os quadros gravados (que lá fora são utilizados para ganhar tempo enquanto atores trocam o figurino, maquiagem e marcações) também eram pavorosos, mal editados e denotavam a falta de timing cômico, seja em pré ou em pós-produção (a paródia musical com motoboys/boy bands, então, fraquíssima). O programa ainda fez de tudo para vender a imagem de Bastos como “bad boy da comédia”, mas o que se viu foi um esforço artificial para pintá-lo desta forma num quadro estilo Arquivo Confidencial do Domingão do Faustão (estranhamente apresentado por uma mulher, embora contasse com arte e trilha do programa apresentado por Fausto Silva). E o Rafinha que conhecemos retornou no Weekend Update Brasil (que dor escrever isso) com o seu festival de patadas e sem ter um segurança na porta para forçar o espectador a assinar termos “anti-ofensa” (como existe em seu show “Proibidão”).

Mas o grande problema deste Saturday Night Live Brasil nem foram ofensas ou o próprio Rafinha: mesmo com um orçamento mais folgado, já que as cotas de patrocínio foram vendidas para os próximos 6 meses, a atração conseguiu ficar aquém de qualquer quadro que o Comédia MTV ou Furo MTV levam ao ar com recusros mínimos. No início, Bastos ironizou a “qualidade” do humorístico popularesco da Globo Zorra Total antes mesmo de provar ser capaz de superá-lo. E não foi. Foram 90 minutos de piadas sem graça, momentos vergonhosos, elenco sem foco e um roteiro fraco. A resposta veio do próprio público, que abandonou a atração no meio. O programa registrou mínimas de 0.4 (praticamente “traço”) segundo o Ibope e fechou com média de 0.9. Faltou competência, direção, texto, montagem e, principalmente, uma correta adaptação do formato à realidade cultural brasileira. E é só o tempo dos processos começarem a acumular para que o canal tire mais um programa de Bastos, já que, segundo o próprio disse em entrevista à Revista Época, sem ofender ele não sabe fazer graça.

Observações:

– O final do programa ainda creditou Lorne Michaels, o criador e showrunner da atração original, como “Lorne Michael” [sic].

– O que foi a atração musical Marina Lima, hein? Doloroso.

Curiosamente, os primeiros minutos do programa seguinte Sexo a 3 apresentado pelo cirurgião plástico mulherengo Dr. Rey, conseguiu ser mais engraçado que toda 1h30 de Saturday Night Live Brasil.

34 comments

  1. Como é de praxe no piloto de qualquer coisa que seja envolvendo TV e comédia: nem sempre agradará a todos de cara. 
    Não gostei do programa inicial, o roteiro não ficou amarrado e faltou muita coisa para tentar ao menos convencer de que são capazes. Mas quem sabe mais para frente com o tempo eles vão concertando o que está errado, acertando mais o timing, explorando mais seus bons talentos e também amadurecerem o bastante, o programa não fica suficientemente ”visível”? Espero.

  2. Ainda vai ter gente defendendo aqui…
    Ainda vai ter gente falando que o comédia MTV é ruim e que você perde a credibilidade em cita-lo no texto…
    Mas o pouco que eu vi (não aguentei muito) foi uma bosta, minha opinião!

  3. concordo com tudo o que vc falou no texto. e outra, vc acompanhar o SNL por um tempão e quando vê isso não consegue passar sem criticar, infelizmente.
    as esquetes foram horrível, aquela da máquina da verdade que terminar com uma imitação da cena de choque do Chaves, foi a mais tensa. e punchline, cadê?

    mas vamos ver com o tempo se a coisa melhora. nunca vai ser como o verdadeiro em qualidade, mas quem sabe revela uma unha de Tina Fey aí!

  4. O programa não é de todo ruim e pode evoluir sim para algo mais interessante, o que não pode é comparar com o programa americano, as realidades orçamentárias e humanas são gritantes.

    Muitos programas começam sob desconfiança e acabam se consolidando. O Legendários da Record é a coisa mais pavorosa da TV brasileira e tem audiência, isso prova que nem sempre a audiência quer dizer muita coisa.

    O Rafinha sabe fazer humor, isso é fato, basta um tempo maior pra que o programa entre nos eixos.

  5. assiti alguns pedaços. enquanto assistia, tb ficava lendo revista e, em alguns momentos, olhava pra tv e pensava “ainda esse quadro?”
    no quadro da filha – mãe – pai torcedor fanático foi de doer assistindo, as falas da “menina” irritavam e só alongavam o esquete, foi se criando um suspense para depois… ah, a mãe foi fazer chilique com o marido por ciúmes… ah, por favor! qdo se queria alguma coisa nonsense, não dava, parecia forçado.
    rafinha bastos é péssimo ator, não duvido do talento dos outros ou do potencial deles, mas rafinha… não dá. ele podia tentar ficar só no weekend update (que foi uma mmmrda). outra coisa que cansou foram as piadinhas com a redetv e o climinha depois de “ui! fiz a piada falando mal da propria emissora! ui! o programa já foi cancelado! ui! falei mal da luciana gimenez! ui, falei que é igual ao sbt!” logo ficaram forçadas. 

  6. Você não se sente assistindo uma versão do SNL original. Seria melhor se assumir como atração própria. Outro  problema é o critério que ele usa pra decidir o que é “humor”.  O desfile de ofensas forçadas já  parece falta de criatividade. Mas como tudo na TV, tem público pra isso. Acho que segura uma temporada inteira. 

  7. o negócio é que SNL americano também é muito sem graça… mas muito mesmo. Sempre tentei assistir.. mesmo com convidados que eu admiro não consigo terminar nenhum programa.

    E como tudo que é trazido para o Brasil fica muito pior… nada mais natural que SNL Brasil seja um merlim mesmo.

  8. Bruno, apesar de achar que você já foi com preconceito por ser o Rafinha Bastos quem está a frente do programa (também por causa do outro post em relação ao mesmo programa, apesar de nao ter sido escrito por voce) eu tenho que concordar com voce. O que que foi aquela aberração do Cirilo? O programa foi horrivel, exceto por uns 5 ou 10 minutos que me agradou. E olha que o humor do rafinha, pelo menos os stand ups e alguns quadros no antigo cqc,  me agradam… Impressionante como que eles tiveram coragem de deixar isso ir ao ar. Eles precisam melhorar MUITO para pelo menos não estragarem o modelo criado nos EUA.

  9. Eu não assisti, mas só de saber que o Weekend Update continuou com o mesmo nome, e a abertura (pelo que passou na propaganda), ficou também a mesma coisa, não houve esforço pra fazer uma adaptação, e quando não se faz adaptação, é difícil dar certo.

    Concordo com você de que provavelmente daqui a uns dois meses ele já vai estar com uns dois processos nas costas, já que não tem talen…cof cof, não sabe fazer humor sem ofender.

  10. Que vergonha.. Deletaram meu comentário porque critiquei o texto! Ate entrar nesse tópico gostava do site, mas essa babaquice de não conseguir ler crítica fez esta a minha ultima visita!

  11.  O SNL americano já é uma merda. Morreu quando Tina Fey saiu. E só de aturar a insuportável da Amy Poehler já foi minha cota, mulher sem graça demais.

    Gosto de ler os comentários da Bruna e do Davi. Acho que os do Bruno são bacanas tbm e concordo com a crítica, mas pecam no quesito ‘biased’ da coisa. É como falaram no facebook. O cara já vai assistir com as pedras nas mãos, aí vc já sabe o que vem pela frente, por mais que os argumentos sejam fundamentados, vc nota a carga intencional da coisa (‘vou provar por A+B que o show é ruim’). Só isso que me inquieta.

    Eu sei que são pessoais, como tudo no mundo é subjetivo, é um ponto de vista. Mas muitos dos seus textos soam meio sensacionalistas, só pra recrutar os leitores ‘hatersgonnahate’ pra causar polêmica.

    Quanto ao programa, vi e tbm não gostei.

  12. O SNL original já é muito sem graça mesmo,eu considero um dos piores programas da excelente TV Americana,só ainda assisto ele de vez em quando por único e exclusivo convidados que participam do programa.

  13. Estou vendo alguns videos no YouTube e estou achando uma porcaria. Não que o programa americano seja uma maravilha, mas já era de se esperar isso de um programa de TV pequena, com comediantes desconhecidos e que não estão acostumados a esse formato.

    Ainda assim, é o primeiro programa e há espaço para melhorar.

  14. O sensacionalismo é a caracterizado pelo excesso de apelo emotivo ao comentar ou noticiar algo. No texto acima, escrevi mais de 700 palavras com argumentos sobre a parte técnica e artística da atração que embasam a opinião proferida. No texto anterior, com o editorial sobre a pessoa Rafinha Bastos, inserimos fotos, links e fatos publicados sobre o comediante e emiti uma opinião também embasada em tais dados. Não desgosto dele simplesmente por que acordei a fim de falar mal de alguém. Não considero humor gratuitamente ofensivo engraçado e ponto.

    Pergunto: isso é sensacionalismo? Se proferir uma opinião fundamentada sobre algo, que você mesmo diz que foi, é ser sensacionalista, então todos os críticos de cinema, televisão, literatura e música do Brasil assim são.

    Não existe crítica e/ou opinião imparcial. Até as revistas e jornais de circulação nacional estão repletos de opiniões editoriais em matérias puramente jornalísticas. E este blog NÃO É JORNALÍSTICO. É um veículo de opinião. E não é porque uma opinião é elogiosa que ela não tem uma carga intencional. TODA opinião tem, seja a que favorece ou desmerece algo.

    Um crítico não tem a menor obrigação de comentar algo sem ser “biased” como você diz. Isso não é cabível em opinião crítica. O crítico não é desembargador de justiça ou juiz de futebol, é um comentarista que usa da objetividade e subjetividade ao analisar algo para formar e emitir sua opinião. Agora, se eu tivesse elogiado o programa cegamente, relevado os quadros ruins, o texto pedestre e a falta de comédia que reinou nesta atração (como alguns colunistas bairristas do meio fizeram) você estaria tão inquieta assim? 

    Pois é. Então em algum nível você também tem uma carga intencional em seu comentário, talvez por eu ter falado mal de alguma série que você gosta alguma vez. A imparcialidade é realmente uma utopia, não?

  15. Penso a mesma coisa. O pessoal, do nada, aparece achar que o SNL é genial, coisa que não é. Só pq está há decadas no ar, não quer dizer que é bom… vide Zorra Total.

    Eu não conheço NINGUEM que assiste SNL americano toda a semana e acha que é fenomenal.

    A versão nacional é pior que a americana… e mesmo que tivesse o mesmo nível de qualidade, ainda seria uma merlim.

  16. Posso estar muito desatento, mas não consegui entender o porquê desse texto em um blog voltado para séries. Mesmo se o programa tivesse sido espetacular duvido que teriam se dado ao trabalho de escrever um post o elogiando.

    Não estou dizendo que SNL Brasil foi bom, mas a ~impressão~ é que apenas usaram a visibilidade do blog para contar o quanto não gostam de tal humorista.

  17. Óbvio. Isso não muda o fato de terem usado um lugar que propõe ser dedicado à seriados para expressar o quanto estão descontentes com um ~humorista~ (que passaria batido caso seu ~programa de humor~ tivesse alta qualidade).

  18. Belíssima resposta! É difícil fazer com que as pessoas entendam o papel do comentarista e do crítico. A maior parte dos que xingam, ironicamente acabam fazendo sem qualquer fundamentação do tipo “você falou mal por falar, te odeio” e não percebem que estão fazendo exatamente aquilo que dizem rechaçar.

  19. Bruno, o problema não é imparcialidade. A opinião é sua, e eu concordo com a crítica. A única crítica que fiz é na construção do texto. Os argumentos são fundamentados, mas a semântica deixa transparecer o ‘biased’ que eu falo.

    Veja os seus textos, os do Davi e os da Bruna. Os seus são sempre os mais ‘polêmicos’. O pessoal sempre compra mais briga contigo. Seria isso coincidência? Não estou tirando crédito de ninguém, apenas perceba o tipo de impacto que seus textos causam no blog em relação aos outros reviewers.

    E concordo, imparcialiadade é utopia. E o motivo de voltar ao seu blog, é porque gosto de ver um ponto de vista, principalmente se ele for diferente do meu.

  20.  SNL é overrated demais. O programa revela bons comediantes, mas genial, SNL não é faz um tempo.

  21. Gabriela, não estou negando que o texto é parcial (“biased e/ou tendencioso”). Ele É parcial, a semântica É construída para apontar justamente isso. Tenho tendência a não gostar de Rafinha Bastos por tudo que já vi, li e ouvi dele. Não neguei isso em momento algum, inclusive escrevi um adendo no texto do Davi corroborando isso há menos de uma semana. 

    E o texto do Davi sobre o mesmo assunto provocou tanta ou até mais polêmica e ele está certíssimo na forma com que opinou.

  22. Bruno, gosto dos seus textos e entendo o seu ponto de vista sobre o blog ser de opinião e sem compromisso jornalístico. Mas vc tb deve reconhecer que críticas como a do Victor no fundo são verdades.

    O blog é de séries, e foi utilizado por vc para destilar seu ódio por Rafinha Bastos. FATO

    Se o programa tivesse sido um primor, vc não teria feito “review”. FATO

    Vc acabou de tuitar que argumentos como “não gostou, faz melhor” são vazios, mas o que dizer de “Que bom que são os editores do blog que decidem seu editorial”? Vc sempre vem com esse argumento. Na minha humilde opinião, coloca-se como superior aos seus leitores, algo do tipo “eu tenho um blog e escrevo o que eu quiser, e se vc não gostou, não leia”. Quer dizer, vc defende a sua liberdade de crítica, mas parece se incomodar com o “feedback”, ou finge se incomodar, para apimentar a discussão.

  23. a única parte que achei graça foi a piada com a Xuxa. Fora isso, me deu a impressão que eles arrastaram demais as esquetes, o que me fez perder a vontade de continuar assistindo. Sem contar que boa parte das piadas foram focadas em críticas à outros programas humorísticos e canais de tv.

  24. Critica tosca essa.. soa como evangelico falando de qualquer outro religião.

    Continue assistindo Zorra Total e para de falar merda!

  25. sou totalmente contra censura, aquilo de retirarem a venda do dvd dele é foi bizarro, mas não aguento artista qualquer que se coloca num pedestal que nao aceita quaisquer criticas, pro cara que fez comunicação lá fora, além de ter morado, não ter o feeling de adaptar isto noutro país como o nosso e ainda se achar no direito de questionar o quanto somos ” feridos ” com suas intrépidas brincadeiras, acho no mínimo infantil. E pra quem acha que fazer comédia nestes padrões são coisas simples, acho que este texto ilustra bem 
    http://www3.cinemaemcena.com.br/pv/BlogPablo/post/2011/05/14/Fazer-comedia-nao-e-facil.aspx 

  26. O argumento “não gostou, faça melhor” em nada tem a ver com o “quem decide o editorial somos nós”.

    Este é um blog de séries, entretenimento e TV. Já abordamos vários assuntos aqui e é EXTREMAMENTE pertinente falarmos de uma adaptação de SNL, programa que lá fora é um laboratório sobre comédia na TV.

    Não gosto de Rafinha Bastos, mas não uso o blog só pra desfilar o ódio. Tanto que nunca usei para falar de CQC ou de qualquer outra coisa que ele participou antes. Falei agora porque tornou-se editorialmente relevante para os autores deste blog.

    E sempre me incomodarei com uma crítica cujo argumento é mal fundamentado. Não sou obrigado a concordar com elas ou não me incomodar apenas por ser uma “crítica”. Uma opinião é diferente de uma opinião bem fundamentada.

  27. O roteiro é ruim, a direção é ruim, a adaptação é vergonhosa.
    “Weekend Update”? Palco copiando a “Grand Central Station” com o nome de Estação Central (!!!)? Um líder?
    Gosto do SNL original, acho um programa inteligente com alguns episódios brilhantes, uma dinâmica que funciona e excelentes roteiristas. E a cara do humor americano.

    O humor brasileiro é diferente do inglês, que é diferente do americano. O SNL é um programa sobre medida para a televisão americana (que na minha opinião tem muita porcaria), não é a toa que está há quase 40 anos no ar. Mas por que permitir a “versão exportação”???

    Vejo pelo lado positivo: eles vão ver que realmente não deu certo.

  28. O SNL original cria sua pauta com base nas coisas acontecem por aqui durante a semana. Se você acompanha a o dia-a-dia da cultura americana, fica muito difícil não gostar do programa porque mesmo que não dê gargalhadas, hei de admirar o brilhantismo do roteiro, que se tornou inclusive mais forte do que atores e personagens clássicos. Por isso está no ar há quase 40 anos. E teve Mick Jagger, Arcade Fire e Foo Fighters na season finale dessa última temporada.

    Mas realmente não acho que mesmo a versão original não seja o estilo de humor do brasileiro – generalizando, claro.

    Quanto a versão brasileira me abstenho de comentar. Vi 10 minutos pela internet, tive vergonha, fechei a janela.

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