quinta-feira, abril 18 2024

No último capítulo da nona temporada, Shonda Rhimes traz mais uma tragédia

Parte I, por Bruna Bottin

Grey’s Anatomy é uma série que fez seu nome a partir de situações extremamente dramáticas e emocionantes em suas temporadas. Como já falamos algumas vezes aqui, e todos os fãs já estão carecas de saber, tragédia pesada é o que nunca faltou. Dito isso, não consigo mais assistir a um season finale do drama médico sem ficar com aquele medo constante de que um personagem irá morrer da forma mais absurda, e foi esse meu sentimento ao longo de todo o capítulo Perfect Storm. Confesso que gostei de 90% do episódio. A aflição que foi passada em torno da complicação no parto de Meredith me emocionou, como há tempos não acontecia. Aliarem isso à superação de Bailey na cirurgia deu um toque especial, pois a relação entre as duas sempre foi tensa, mas sincera.

Porém algumas coisas foram desnecessárias para a trama como, por exemplo, a explosão do ônibus em frente ao hospital – fazendo os telespectadores acreditarem por alguns instantes na morte de Jackson Avery, que surgiu no maior estilo super herói entre chamas e com uma criança nos braços. Situações como essa, que não acrescentam absolutamente nada na história, são resultado de um roteiro preguiçoso da parte de Shonda Rhimes, criadora da série. Cenas que são elaboradas apenas para chocar, como se já não tivesse acontecido coisa suficiente com todos os personagens, não empolgam mais. E mesmo assim, Shonda insiste em elaborar diálogos que relembram todos os momentos absurdos já realizados em nove anos de história. Dessa vez, foi a vez de Cristina Yang enumerar tudo de ruim que Meredith já passou: bomba, afogamento, tiroteio, queda de avião… O ditado que diz que um raio jamais cai duas vezes num mesmo lugar, com certeza não se aplica à Meredith Grey e o restante dos médicos.

Apesar desses pequenos deslizes, eu estava satisfeita com o último capítulo até o minuto final, quando encontramos Richard Webber – a alma daquele hospital – aparentemente morto. A pergunta que não quer calar é: por que todas as temporadas de Grey’s Anatomy terminam com a morte de algum personagem querido? Tudo precisa ter um fim, e dessa vez é a vida do drama médico que mais me emocionou terminar, pois as temporadas estão ficando cada vez mais fracas. E o pior, temos mais um ano (que provavelmente não será o último) pela frente.

Parte II, por Carol Ferrari

Começamos a temporada em luto pelas vítimas da queda do avião. Perdemos Sloan, little Grey, e a perna da Arizona. Passamos 24 episódios remoendo isso. Na Season Finale não poderia ser diferente. Como um clímax a todo esse caos, mais tragédia, mais choro, mais aflição. Dizem que a “Tempestade Perfeita” acontece quando milhares de coisas podem dar errado ao mesmo tempo e causa uma tragédia sem precedentes. E nem precisa dizer que foi o que a Tia Shonda nos apresentou. Se formos comparar o final desta temporada de Grey’s Anatomy com outros, podemos até achá-lo um dos mais fracos.

A tempestade chegou e com ela o final da gravidez da Meredith. Quase como num toque de ironia vemos a personagem principal da série, que já passou por inúmeras tragédias, dar a luz no escuro. E se isso não fosse ruim o bastante, ainda precisou ensinar ao seu residente Dr. Ross durante a sua cirurgia para ser salva heroicamente pela Dra. Bailey. Por sinal, a redenção da Bailey foi uma das coisas mais lindas que aconteceram nos 43 minutos do episódio.

Na UTI Neonatal muito drama. Com as baterias dos ventiladores artificiais por acabar, e sem reservas, a maneira mais prática de manter os pais das “pessoinhas” felizes é ensinar a todos como fazer ventilação manual, cada um no seu bebê. Uma cena que tinha tudo para ser extrema, tornou-se sutil e envolvente. Bem pensado aqui. A impressão que eu tenho que é todo final de temporada a criadora da série pega do fundo da sua gaveta a fórmula “Tragédia + morte + alguma coisa acontece com a Meredith” e escreve o script. Com a tendência a deixar cliffhangers para as próximas temporadas, Shonda tenta manter uma audiência que está se cansando da sua falta de criatividade. O que é uma pena. Grey’s já foi muito boa. Hoje ela só é legalzinha.

Deixe um comentário