quinta-feira, março 28 2024

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Assim como no ano passado, preparamos mais uma edição do Semáforo Ligado em Série: um compilado de críticas pessoais dos editores acerca de várias das novas séries que já estrearam nesta temporada e que você, se quiser, poderá seguir ou não para se pautar no que vai investir o seu tempo.

A avaliação é qualitativa, ou seja, não se levou em consideração dados de audiência ou chances de renovação. Dividimos a lista em “pare” (larga isso, amigo), “olhe com atenção” (não invista tanto ou tome cuidado) ou “prossiga” (pise fundo) e a cada semana ou mês as séries podem mudar de posição, com atualizações enviadas no Twitter e Facebook (seja em virtude de melhora ou queda brusca na qualidade, seja em caso de cancelamento). Vamos lá?

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Scorpion, por André Costa • Sinal Verde

Quatro pessoas com QI tão grande quanto sua falta de talento social e em problemas financeiros são chamadas pelo governo norte-americano para lidar com situações emergenciais complexas e que demandam raciocínio ágil. Leia a crítica do piloto de Scorpion, já publicada aqui no Ligado em Série.

Canal EUA: CBS  Brasil: Sem canal

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Red Band Society, por Bruno Carvalho • Sinal Verde

É muito bom (e raro hoje em dia) quando uma série com temática adolescente é levada à sério e essa é a proposta de Red Band Society, que estreou este Fall Season na FOX. Ambientado em um hospital, o drama pretende contar através das situações vividas pelos jovens pacientes internados com doenças terminais, uma história de amizade, romances e de superação. Sem apelar para o maniqueísmo, a série criada por Margaret Nagle (Boardwalk Empire) aproveita os seus 40 e poucos minutos de estreia para não apenas apresentar como desenvolver muito bem as personagens que acompanharemos.

Além disso, o núcleo “adulto” é igualmente interessante, liderado pela atriz Octavia Spencer (The Help) como a enfermeira Jackson (Nurse Jackie, sério?) implacável, mas justa, e pelo sensível Dr. Jack (Dave Annabelle, de Brothers & Sisters). É uma pena, contudo, que alguns pontos desta série que se apresenta constantemente sóbria soem demasiadamente forçados, como o encontro “neural” entre o “garoto em coma” (que faz a função de narrador) com a líder de torcida “garota má”, quando esta desmaia. Não obstante, o piloto é redondo e carrega os elementos de uma boa série, que se bem desenvolvida pode se tornar um dos melhores dramas da temporada.

Canal EUA: FOX | Brasil: sem canal

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How to Get Away with Murder, por Luisa Falcão • Sinal Verde

O que acontece quando os alunos de direito penal de uma prestigiada faculdade são obrigados a por em prática os conhecimentos aprendidos em sala de aula com a incisiva professora Annalise Keating (Viola Davis)? Essa é a proposta de How to Get Away with Murder, cujo episódio piloto analisamos aqui no Ligado em Série. Leia a crítica.

Canal EUA: ABC | Brasil: Sony (2015)

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Gotham, por André Costa • Sinal Amarelo

Inspirada no universo de coadjuvantes do Batman, Gotham acompanha o detetive novato James Gordon (Ben McKenzie) na corrupta e implacável cidade que dá nome ao título, onde mafiosos como Carmine Falcone John Doman) e Fish Mooney (Jada Pinkett Smith) dão as cartas. Leia a nossa crítica já publicada aqui no Ligado em Série.

Canal EUA: FOX  Brasil: Warner

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Forever, por Anna Maria Cárcamo • Sinal Amarelo

Ioan Groffud (Ringer) estrela como Dr. Henry Morgan, um médico legista britânico com um dom de percepção e um segredo: ele é imortal. O médico vive uma vida comum em Nova York, auxiliando a polícia com investigações, até que alguém descobre seu segredo e revela que ele não é o único imortal. A série é coestrelada por Judd Hirsch e a Det. Jo Martinez (Alana De La Garza) uma atraente policial viúva com quem trabalha, e com que possivelmente se envolverá.

Embora interessante em sua premissa, a série falha em contextualizar melhor as origens do personagens e e uma explicação do “mal” que aflige o protagonista. Ademais, apenas porque o Dr. Henry pode morrer e ressuscitar, a série certamente fará questão de matá-lo por todos os próximos episódios como se ele fosse o Kenny de South Park. Com efeitos visuaus deixam um pouco a desejar, a narrativa no estilo “caso da semana” parece algo que já vimos reiteradamente em outros dramas forenses como CastleBonesCSI.

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Madam Secretarypor Bruno Carvalho • Sinal Amarelo

Tematicamente, Madam Secretary não poderia ter vindo num momento mais oportuno, onde o Estado Islâmico apresenta uma ameaça terrorista em nível mundial e é curioso que seu piloto (gravado há meses) traga justamente uma situação em que jovens blogueiros são mantidos reféns no Oriente Médio e cabe aos EUA organizar o seu resgate. O cargo de Secretário de Estado no ordenamento norte-americano é similar ao do Ministro de Relações Exteriores e tem justamente a função de lidar com situações que envolvam a política externa do país.

Em Madam Secretary Téa Leoni (Deep Impact) é uma ex-agente da CIA que virou professora universitária, mas que é chamada pelo próprio presidente para ocupar o cargo que dá nome à série quando o atual sofre um “acidente” aéreo. Digo “acidente”, pois a série deixa logo escancarado que existe uma conspiração por trás desta morte, o que já dá uma baita preguiça de cara. Isso porque Madam Secretary, embora eficiente em todos os aspectos técnicos, é uma produção sem carisma e sem nenhum invencionismo criativo. Seu elenco é apático, desde o presidente vivido por Keith Carradine (DexterFargo) até o próprio núcleo familiar da genérica Secretária de Estado Elizabeth McCord, fazendo com que este seja um episódio de estreia longo, cansativo e imediatamente esquecível.

Canal EUA: CBS  Brasil: Sem canal

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NCIS: New Orleans, por Dierli Santos • Sinal Vermelho

O spin-off da série de americana NCIS é exatamente aquilo que se propõe: um drama de investigação de casos do dia com algumas piadinhas e que tem a mesma fórmula da original. Praticamente uma cópia sem graça que busca a mesma audiência, colocando até um protagonista chefe da equipe com o mesmo tipo físico do original. NCIS: New Orleans é tão previsível quanto os executivos da indústria de TV americana que pensam que quando um produto faz sucesso, deve-se tentar todas as formas de lucrar com ele.

A maior diferença é o a utilização do jazz e os músicos da boêmia New Orleans como pano de fundo, mas isso já temos com uma qualidade bem melhor, em Treme. Sim, a música é boa, mas esse recurso é óbvio. Os atores são fracos, mas se conseguirem o mínimo de carisma, talvez conquistem o mesmo público que não perde um episódio da série que a derivou. Se você não aguenta mais um drama forense formulaico e óbvio, passe longe. Se aguenta e gosta, venha, mas já avisado.

Canal EUA: CBS  Brasil: Sem canal

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The Mysteries of Laura, por Dierli Santos • Sinal Vermelho

Pobre Debra Messing. Uma atriz extremamente talentosa, mas que não consegue fazer milagre e entrou para o elenco de uma das séries mais esquizofrênicas da temporada. The Mysteries of Laura tenta ser um drama profundo, uma investigação que se leva a sério, uma série que ironiza os clichês do gênero (“uma detetive de meia-idade, como nas séries de TV!”) e uma comédia sobre uma policial mãe de família com métodos não ortodoxos mas que é muito bad ass.

No fim, a série não consegue se sair bem em nenhuma das tentativas. Além de ter coadjuvantes extremamente irritantes (ex-marido, colega invejosa, filhos, assistente), quase tudo é um clichê sem fim, fora a produção porca com cenários genéricos (o que é aquele delegacia, gente?). Mais fácil listar o que funciona na série: algumas raras piadas, o carisma de Debra e seu parceiro. E dá para notar como a atriz se esforça ao máximo para tentar fazer algo bom com esse roteiro raso. Ah, a trilha sonora é boa, mas ninguém assiste uma série só por isso. Pobre Debra Messing. Estamos torcendo para você encontrar uma série melhor.

Canal EUA: NBC  Brasil: Sem canal

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Black-Ish, por Dierli Santos • Sinal Vermelho

Poderia descrever Black-Ish resumidamente como mais uma comédia com final fofinho do canal ABC. Um legítima família americana negra com um pai neurótico por proteger a cultura deles (ou impedir que eles gostem de outras coisas ou escolham coisas básicas como que esportes praticar) aprontando altas confusões. Metade sessão da tarde e metade moderninha, tentando dar aquele toque sensível no final.

Como comédia, realmente deixou a desejar: deve dar para dar duas risadas, no máximo, em todo o episódio. O pai é aquele estereótipo babaca, que já virou o character type do Anthony Anderson e os quatro filhos são minimamente divertidos. A comédia falha em elementos básicos, como o de estabelecer até mesmo a relação temporal entre as situações “cômicas” que o piloto apresenta. Devem ter outras comédias melhores vindo aí. Assim esperamos.

Canal EUA: ABC  Brasil: Sem canal

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9 comments

  1. das séries que eu quero ver, duas estão com sinal amarelo e uma verde. estou curiosa quanto a how to get away with muder, apesar de não gostar do estilo shonda quero muito ver por causa da viola davis.

  2. Pode ver! A série promete ser muito boa! Sem falar que a Shonda é produtora, mas não é a showrunner e sequer criou a série. Também não curto o estilo dela, por isso que fiz a ressalva, hehehe!

  3. Gotham no amarelo e Scorpion no verde?!?!?

    Faz assim, moçada, coloquem Gotham no verde e Scorpion no vermelho total porque o piloto foi vergonhosamente ruim. Toda a crítica internacional concorda comigo, só digo isso.

  4. pois é, achei estranho pois já li elogios a Gotham e é uma das séries que eu estou botando fé junto com madam secretary que tb está com sinal amarelo. Scorpion do que eu li já não tinha gostado, agora então.

  5. Cara, Gotham só tem status porque é relacionada ao Batman e obras de super-herói deixam todo mundo em frenesi hoje em dia. As personagens são simples funções do roteiro, os diálogos são incrivelmente expositivos, não há nenhuma preocupação em criar uma atmosfera em torno da cidade, nenhuma antecipação dramática ou construção de clímax. As coisas simplesmente vão acontecendo, como se fosse um “melhores momentos” da história, sendo que 100% dos eventos no primeiro e segundo episódio são completamente previsíveis. Só as aparições do Falcone que são realmente interessantes, mas até aqui é muito pouco.

    Scorpion se torna absurda em alguns momentos, mas cria uma ótima e divertida dinâmica entre as personagens, que são apresentadas (junto com suas habilidades) de forma eficiente e sem que isso desvie a história. Há uma preocupação em resolver as coisas a partir desses elementos apresentados, e não apelar para soluções óbvias (como Gotham faz), ainda que um ou outro momento destoe. O piloto é uma divertidíssima obra de humor e ação com personagens cativantes, equilibrando esses elementos com perfeição para ficar conciso e preciso. Talvez tenha dificuldade de fugir do formulismo, é verdade, mas até aqui está anos-luz à frente da galera do homem-morcego.

  6. Só acho que seria legal destacar a audiência de Red Band Society, por exemplo, que foi muito baixa, e se cair mais corre o risco de já ser cancelada. Recomendar, OK, mas avisando que pode não chegar a ter nem seus 13 episódios iniciais exibidos

  7. Do segundo parágrafo: “A avaliação é qualitativa, ou seja, não se levou em consideração dados de audiência ou chances de renovação.”

  8. Certo, entendo esse posicionamento, só penso que deixaria mais completa a avaliação, com uma observação e tudo mais. Apenas uma ideia.

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