Ok, minha pretensão era começar essa crítica sobre a première de American Horror Story falando sobre como esse início pareceu promissor, a despeito do ritmo lento da narrativa (que teve 90% do tempo de tela voltada para a história das gêmeas bizarras vividas por Sarah Paulson) e de alguns clichês dos quais a série eventualmente não consegue escapar. Mas não posso deixar de imaginar o quão baixo foi o golpe (no melhor sentido que existe) que Ryan Murphy deu ao inserir um palhaço assassino nesta temporada, desenterrando traumas de infância de boa parte de seu público.
Pois o que seria deste episódio sem o dito palhaço? Tendo a missão de apresentar os personagens desta nova história, o roteiro necessitava de um elemento que justificasse o título da série, já que os freaks do circo de Elsa Mars (Jessica Lange, soberba como sempre) assumem – pelo menos por enquanto – um papel de protagonistas da história. E, convenhamos, numa produção voltada para o terror, é o antagonista aquele que desperta o interesse do espectador. Sendo assim, somos brindados (!) com um banho de sangue entre namorados num piquenique no campo e o subsequente sequestro da moça e de um garoto de 8 anos, os quais passam a sofrer um brutal terrorismo psicológico nas mãos do maníaco (e a cena em que um certo balão estoura nas mãos do palhaço foi genial).
Do mesmo modo, o que seria de um filme/série de terror sem o clichê da pessoa que, ao ver alguém assassinado na cozinha e ao ouvir um barulho no andar de cima resolve subir para investigar, em vez de sair correndo gritando? Felizmente, o roteiro consegue abraçar os clichês e utilizá-los como ferramenta para fazer com que a história ande. Ainda assim, são as gêmeas Bette e Dot Tattler quem conduzem boa parte do episódio ao serem integradas ao circo decadente que Elsa administra, logo após serem acusadas pelo assassinato da própria mãe. No entanto, a sensação que fica é que elementos mais interessantes foram deixados de lado ou tiveram pouco tempo de tela, como o curioso modo que Jimmy Darling encontrou para ganhar dinheiro, a relação entre Gloria e Dandy Mott, mãe e filho que parecem ter um estilo de vida bem peculiar ou mais sobre a vida de Ethel (e torço para que Kathy Bates seja melhor aproveitada nesta temporada e deixe de fazer figuração de luxo, como foi em boa parte do ano passado). Conclusão: talvez o episódio tivesse sido bem melhor caso a edição diminuísse esses 64 minutos para os habituais 42.
Por outro lado, a direção merece aplausos justamente por evitar a overdose de cortes secos que acontecia até então, ao mesmo tempo em que consegue demonstrar o estado de espírito de seus personagens apenas através de enquadramentos de câmera (observe como a solidão de Elsa é evidenciada através de planos abertos durante a cena em que a mesma assiste a projeção). Ao mesmo tempo, deve-se ressaltar como a fotografia consegue trazer tons mais escuros às cenas, formando um contraste interessante com o colorido das lonas do circo.
Cumprindo com o objetivo de nos situar na história que começa a contar desta vez, a série já pode dar início ao movimento das peças no novo tabuleiro. Resta saber se as direções em que essas peças serão movidas serão tão interessantes quanto o que nos foi mostrado até agora. Na dúvida, basta inserir mais cenas do palhaço.
Eu gostei bastante do ritmo mais lento. Na última temporada, no primeiro episódio já aconteceu tanta coisa que o ritmo geral foi alterado, tanto é que ninguém morria de vez nunca. É incomum AHS tomar tempo para respirar, e creio que isso pode fazer bem pra série. Ansioso para esse ano!
Eu não achei ruim, mas não me empolgou. Estou cansada da Jessica Lange interpretando sempre a mesma personagem. Pelo menos Elsa tem uns pequenos momentos diferentes, mas são pequenos demais para a mesmice que já se tornou vê-la em cena. Não me entenda mal, eu gosto da atriz, mas está na hora de mudarem um pouco as personagens dela e não fazerem sempre uma versão da mesma coisa.
Talvez por eu não ter problemas com palhaços eu não senti absolutamente nada com esse serial killer além de achá-lo meio ridículo com aquela boca trêmula. Quero dizer, ainda terão que vendê-lo melhor para mim.
Bom, como eu disse, não me impressionou, mas também não achei horrível. Estou na expectativa de que o restante da temporada a coisa crie corpo e empolgue.