quinta-feira, março 28 2024

twd503

[contém spoilers] Eu não sei o que aconteceu nos bastidores de The Walking Dead no intervalo entre a quarta temporada e esta recém iniciada, mas com três bons episódios em sequência nesse novo ano, uma pergunta insistente bate à porta: por que demoraram tanto para emular na TV o mesmo tom,  clima e ritmo do material de origem se era justamente isso que os fãs sempre quiseram ver?

Sim, é verdade que já elogiei a série algumas vezes, mas também é igualmente verdade (e por favor me corrijam se eu estiver exagerando) que a versão live action de The Walking Dead sempre pareceu estar com o freio de mão puxado, quase como se tivesse receio de abraçar de fato as características mais marcantes de seu material de origem de maneira plena. Sorte nossa, portanto, que essa nova fase parece realmente disposta a reforçar a idéia de que agora temos uma série bem mais madura próxima da sintonia fina que conta aquela história de maneira realmente visceral e capaz de despertar boas e relevantes reflexões.

Nesse sentido, “Four Walls and a Roof” usa o ‘incidente’ de Bob com os canibais liderados pelo frio Garreth como desculpa para expor de forma crua como a busca desesperada pela sobrevivência num mundo devastado pode levar as pessoas a perderem a perspectiva do que os torna humanos (a simpatia pelos seus semelhantes) elevando à máxima potência a noção de que o homem é o lobo do homem. E mais: como choques, tragédias e perdas nascidas deste cenário poderiam tornar até o mais conciliador dos homens num matador frio e impiedoso (como nos mostra, por exemplo, a sangrenta sequência da Igreja) que vê no “ou matamos eles ou morremos nós” a única saída para continuar seguindo em frente sustentado por um frágil fio de esperança que possa aproximá-lo do fim ao pesadelo. Pesadelo este que, diga-se de passagem, pode ser representado  tanto pela culpa de um padre ou pelo peso de um pai transformado em líder que aceita ter suas mãos sujas de sangue se é isso que pode garantir aos seus um dia seguinte.

4star

3 comments

  1. Com Walking Dead é sempre bom manter um pé atrás, sabem fazer episódios excepcionais da mesma maneira como sabem cortar completamente a empolgação gerada por eles. Geralmente perdem a mão quando rola a pausa para a segunda parte da temporada.
    Enfim, por enquanto vou manter o silêncio, ainda não estou convencido que eles realmente entenderam o que estão fazendo e vão saber manter a qualidade.

  2. Só não entendi o porque de tanta pressa dos lorão lá em chegar em DC. Como acontece em novela, eles foram embora e praticamente no mesmo dia, reapareceu o Daryl . . .
    Quem viu o promo do próximo episódio, já pode esperar que vem freio de mão puxado again. Ainda mais que pra contar o que vimos neste promo, certeza que metade do episódio será de flashbacks explicativos.
    Me corrijam se falei bobagem!
    Valeu Davi!

  3. EU discordo, em se tratando desse novo ciclo da série que iniciou após a saída de Frank Darabont não é bem assim que a coisa acontece. Me desculpe, mas a quarta temporada mostrou que eles souberam aproveitar muito bem o intervalo. A mudança da água pro vinho no ano passado foi notável e iniciou um novo momento em TWD, até na narrativa eles mexeram, saíram da zona de conforto quebraram o reino de Rick e fizeram episódios nos quais contavam uma história por vez, quem lembra dos episódios só com o governador? A julgar pela quarta temporada pode ser que daqui por diante seja diferente, acho que a galera lá amadureceu.

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