quinta-feira, abril 25 2024

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É inegável que os episódios de Halloween em American Horror Story sempre figuram entre os melhores da temporada, quando olhamos em retrospecto. No entanto, dada a decepção que foi a primeira parte deste episódio duplo que foi ao ar semana passada, foi com desconfiança que assisti a continuação exibida nesta semana. Apesar disso, dando um giro de 180 graus na história, e explorando seus personagens de um modo que ainda não tinha acontecido até então, a série manteve a tradição de episódios sensacionais do Dia das Bruxas, dando vontade de levantar da cadeira e bater palminhas lentas ao final de seus 44 minutos. Que episódio!

Se anteriormente fomos apresentados à história de Edward Mordrake, foi nesse momento que vimos o mesmo entrando em ação, destrinchando o passado de cada um dos personagens freaks do circo de Elsa Mars (incluindo a própria). Contando com uma edição que dinamizou o roteiro durante todo o tempo (além de um trabalho de decupagem sensacional, que manteve a narrativa sempre coesa), a série não segurou nenhuma história (o que é uma grande qualidade, dada a mania que algumas séries têm de enrolar e soltar uma informação a cada 4 episódios), impactando o espectador a cada revelação que fazia sobre a vida pregressa dos personagens, desde o crime cometido por Legless Suzy até a triste história de Elsa.

A propósito, o modo como o passado de Elsa foi mostrado foi genial: investindo numa imagem em preto e branco, com uma fotografia que claramente refletia aos filmes do cinema mudodas décadas de 30 e 40, a série ainda fez referência aos abomináveis filmes snuff, comuns no leste europeu em meados do século (e não importa se vou soar repetitivo: Jessica Lange dá um show a cada cena). A revelação de seu passado também foi importante para que entendamos que sua personalidade fria e egocêntrica na maioria das vezes é uma máscara que Mars usa para tentar suplantar as memórias do momento terrível em que quase foi assassinada, tornando a personagem mais complexa do que imaginávamos, e, por isso, mais interessante.

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Além disso, um dos maiores méritos desse episódio foi ter conseguido ligar dois núcleos da história que até agora corriam em paralelo, sendo o próprio Edward Mordrake o elo dessa ligação. Fechando o arco do palhaço assassino (que, apesar de muito bom, obviamente não poderia durar muito mais, sob o risco de começar a se repetir) de maneira bastante eficaz, o mesmo serviu também para dar um novo rumo à história de Dandy Mott, que passa a assumir o papel antes exercido pelo agora novo companheiro de Edward. Ao mesmo tempo, o arco envolvendo Richard Spencer começa a se desenvolver de forma bastante interessante, ao passo que o mesmo já percebeu que o caminho para se infiltrar no circo de Elsa Mars é explorar o ego inflado desta.

Finalmente trazendo um episódio que correspondeu plenamente às expectativas que criou, American Horror Story deu mostras de que pode ser espetacular quando quer. E, dado o primor que foi esta última mostra, não me importo de que, a partir de agora, todo dia seja Halloween.

5star

4 comments

  1. Será mesmo que a saída do Twisty não foi prematura? :'(

  2. Essa série é muito boa, dá de 10 a 0 naqueles zumbis toscos do The Walking Dead

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