quinta-feira, março 28 2024

O melhor humorístico da TV voltou. Tá no Ar: A TV na TV estreou sua quarta temporada trazendo Marcelo Adnet, Marcius Melhem e cia. antenadíssimos com o que se passa hoje no mundo. Abrindo com uma pesada crítica social sobre o inerente privilégio de ser branco no Brasil (paródia com Banco do Brasil), o programa trouxe mais uma paródia de Game of Thrones e emendou duras críticas à instaurada misoginia, em sintonia com a Women’s March. O protesto em resposta à eleição de Donald Trump, Presidente que tem um áudio vazado onde se vangloria de “agarrar mulheres pela xoxota”, ganhou evidência no último fim de semana.

O comercial em questão foi o do Misogenol, remédio estilo anti-gases feito para curar o “Machinho Alfa” que insiste em aparecer, quase sempre em denominados “Cidadãos de Bem” que se proliferam nas redes sociais (basta ver os replies a este post).

Ainda que tais acontecimentos não sejam diretamente correlacionados, eles evidenciam o sincronismos dos roteiristas com o temas relevantes para o planeta. Beneficiado pela sua estrutura fracionada em esquetes que simulam um espectador zapeando uma TV, o programa permite que uma ou outra esquete seja antecipada ou até mesmo adiada para “casar” com algum acontecimento (tal qual fizeram com a Glória Pires e o Oscar ano passado).

Apesar de trazer algumas piadas e esquetes que não funcionaram (como a do insistente quadro que remete ao programa do João Kléber), o Tá no Ar retornou com sucessos como C.r.e.n.t.e.s, o Silvio’s Songs e o (pra mim enjoado) Jardim Urgente, finalizando com uma paródia musical extremamente pertinente com a corrupção instaurada no Brasil.

Mas o maior mérito do Tá no Ar é sobreviver numa emissora que é tradicional e diversas vezes vista como retrógrada. Não sei o que Adnet e cia. sabem para que possuam uma carta-branca imensa a ponto de poder fazer piada que promove a maior marca de seu concorrente, a Jequiti. Entra ano e sai ano, Tá no Ar segue como um feito notável no mar de lama usual que é a TV aberta brasileira.

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