quinta-feira, março 28 2024

“Honor”, nono episódio desta oitava temporada de The Walking Dead, é a prova de que a série pode ser melhor do que vinha sendo ultimamente. Resgatando a tradição de iniciar suas temporadas ou mid seasons de forma sólida, o capítulo teve como foco duas narrativas aparentemente desconexas: o resgate de Ezekiel por Carol e Morgan e a despedida de Carl, mas que convergiram em um denominador comum.

O roteiro de Matthew Negrete e Channing Powell optou por não ancorar o capítulo apenas nesses dois eventos principais, mas sim em utilizá-los para promover reflexões importantes nos personagens que estão há bastante tempo imersos (assim como a série) num ciclo auto-destrutivo e aparentemente sem fim.

Chandler Riggs aproveitou bem seus últimos momentos no drama, com uma performance inspirada que levou Carl a questionar – e até a fantasiar (daí os flashforwards que vimos desde o começo da temporada) – como a vida neste novo e desgraçado mundo apocalíptico poderia ser diferente.

Afinal, desde o surto tudo o que Rick e seu grupo sabem fazer é lutar pela sobrevivência, sem realizar qualquer tipo de comprometimento em prol de um futuro pacífico, pelo menos entre os humanos “vivos”. Não à toa o grupo está mais dizimado que o elenco original de Grey’s Anatomy, restando poucos integrantes entre aqueles que começaram juntos essa jornada.

O que Carl e Ezekiel enxergaram em distintos momentos é que esse ciclo sem fim precisa se encerrar de alguma forma e a mudança começa com uma auto-análise de suas próprias atitudes. Ainda que questionável por muitos fãs dos quadrinhos, a morte de Carl é tematicamente necessária para The Walking Dead sair do marasmo criativo, permitindo que a série como um todo avance nas próximas e inevitáveis temporadas.

Honor pode ter marcado o ponto de origem de um novo rumo para essa história, se seus realizadores souberem aproveitar a carga desta “perda” para impulsionar esta moribunda série adiante. Tomara que abracem esta oportunidade.

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