quinta-feira, abril 25 2024

Por Thiago de Goés

[com spoilers dos episódios 1×03, 04 e 05] Já não era sem tempo Britten ser visto como suspeito de algum caso que investiga. Afinal, seguindo pistas ocultas vindas de um mundo paralelo, ele está quase sempre no lugar certo e na hora certa. Sem justificativas lógicas que possam ser reveladas, o detetive se mantém um passo à frente de seus colegas de trabalho nas investigações. Tamanha eficiência é ainda mais improvável se for considerado o esperado luto pela morte da esposa ou do filho, dependendo do ponto de vista ou da cor de sua pulseira… Depois de reabrir um caso antigo, para prender o verdadeiro culpado e salvar o filho das mãos do sequestrador, que havia sido preso injustamente (o sentimento de culpa pode ser combustível de uma mente esquizofrênica?); depois de desmascarar a versão de um suicídio forjado para encobrir um crime de motivos financeiros; depois de arrancar a confissão da ex-babá do filho Rex, uma cúmplice de um traficante num crime para sustentar o vício (É mais fácil ser detetive do que pai?); agora Britten tem um novo desafio: prender um serial killer dado como morto. Os indícios apontam para a atuação de um imitador. Para piorar a situação, quase todos acreditam que este imitador pode ser Britten, por causa de uma armação do autor dos crimes, que conseguiu enganar a agente do FBI, Santoro.

Ela está escrevendo um livro sobre o criminoso que julga estar morto e não aceita a hipótese de ter matado o homem errado. Por isso, acusa Britten com todas as forças! A grande ironia é que ela será a próxima vítima do famoso serial killer e será salva por aquele que tanto injustamente acusou: Britten. Detalhe para o close no rosto de Santoro, quando ela encara Britten no hospital, após ter sido salva por ele. Que vergonha, hein? Tudo isto é pano de fundo para a trama psicológica que segue entre as duas realidades. Britten está cada vez mais próximo do filho e no entanto mais distante da mulher. Hannah quer se mudar para Oregon, e não envolve muito o esposo nesta decisão. O casamento de Britten está em crise? O psicanalista acredita que sim. Eu também. Para o Dr. Jonathan Lee, este pode ser mais um caso clássico de separação de casal, após a morte do filho. Ele alerta que alguns relacionamentos costumam se deteriorar pouco a pouco, sem brigas ou traições. Apesar da cena final em que Hannah tranquiliza Britten, dizendo que está tudo bem entre os dois, eu não acredito nesta hipótese. Na minha opinião, não vai demorar muito para que comece a pintar um clima entre Britten e Tara, a treinadora de Tênis de Rex, que ajudou na reaproximação entre pai e filho muito mais do que Hannah. Talvez, em alguns episódios veremos se estou certo ou não. Além disso, como suspeita a terapeuta Judith Evans, a mudança para Oregon pode significar uma evolução no quadro clínico de Britten, e isto pode ser muito doloroso. Cenários diferentes podem gerar um desequilíbrio entre as duas realidades? Estaria Britten inconscientemente optando pela realidade na qual o filho está vivo e agora mais próximo? A paternidade está pesando mais do que o matrimônio?

Perguntas importantes que talvez sejam respondidas nos próximos episódios. Por enquanto, acho que Britten julga lhe cair melhor a pulseira verde. Veremos!

Thiago de Góes é jornalista, escritor e blogueiro por trás do Lostalgia. Essa foi sua mais nova contribuição como colunista convidado do Ligado em Série!

3 comments

  1. Estou gostando muito desta série. Espero que mantenham a qualidade.

  2. a serie ta uma beleza, agora a audiencia ta indo de mal a pior. Tomara que a NBC nao cancele

  3. Poisé,das melhores séries da TV aberta e tals,só que a audiência ta caindo mais rápido que gordo em ladeira…

    Quanto a série,esteticamente é a que tem a melhor fotografia da TV aberta,atualmente,o que é um deleite para os olhos,ainda mais pra quem gosta de belas cenas pelo bel prazer da estática pura e sem significados.

    Quanto ao caso do Serial Killer,acho importantíssima a última cena onde ele fala com Britten do aeroporto,o que pode trazer significados intricados ali,como Oregon representar perigo,ou algo do tipo!

    ótima resenha de estréia,resumiu tudo o que rpecisava e foi bastante objetiva!

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