sexta-feira, março 29 2024

[com spoilers dos episódios 1×13, 1×14 e 1×15] É indubitável que Smash encerrou a sua 1ª temporada com uma qualidade inferior do que a de quando começou. Apesar de estruturar seus episódios de acordo com as fases de produção de um musical, o drama criado por  Theresa Rebbeck pecou em tecnicidade e passou a focar em um desinteressante dramalhão. Começando por Tech: no episódio que deveria abordar a fase de testes de luz, figurinos e marcações de palco de Bombshell, os roteiristas mergulharam nos atritos entre Karen e o insosso Dev. Depois que esse foi ignorado pela namorada (que alegava, sem a menor coerência, não poder responder a proposta de noivado apenas por “estar” em Tech), ele a traiu com Ivy. Julia também arrastou seus problemas familiares para dentro do show, tentando impedir o re-casting de Michael Swift. É uma personagem que se revelou tão fraca a ponto de preferir prejudicar todo o espetáculo (e os 7 milhões “magicamente” captados por Eileen) apenas para não se ver “tentada”.

Aliás, de personagens fracos Smash está cheia. A própria Rebecca Duvall (Uma Thurman), que deixou o musical no episódio Previews depois de ser “envenenada” com amendoins pelo insuportável Ellis (como descobrimos mais tarde), é um exemplo de como o texto trata seu ensemble com efemeridade. Enquanto isso, a montagem da peça acaba inevitavelmente ficando em segundo plano, apesar de alguns bons momentos em que o drama exibe ótimas performances no palco. Com um problema em seu final, o musical pelo menos utilizou as prévias em Boston para se ajustar (situação que ocorre na prática), mas os problemas na condução da série denotaram a falta de foco de seus realizadores a ponto da produção virar alvo de chacota até mesmo dentro da própria NBC, quando a personagem Liz Lemon diz no season finale de 30 Rock que ela é uma pessoa determinada por “ainda estar acompanhando Smash“.

Assim, quando Bombshell finalmente estava montado, a revelação de que Karen foi a escolhida por Derek, ainda que a contragosto de Eileen (que, sempre forte ao longo da temporada, também demonstrou fraqueza ao engolir o casting da morena), soou como um enorme anti-clímax, pois era completamente esperada. Mesmo sendo Karen volátil e bobinha, era preferível vê-la como Marylin do que a maquiavélica Ivy – uma das melhores personagens da série, que também se tornou uma figura desprezível graças ao maniqueísmo do roteiro (algo que apontei como inevitável na primeira resenha desta série). Roteiro esse que, no final das contas, somente conseguiu mesmo extrair drama desta indecisão “Ivy ou Karen?” no papel principal.

Ora, um musical como este tem tantos outros desafios e problemas de bastidores que poderiam ter sido abordados em tela, mas Smash preferiu render-se ao melodrama como fio condutor de sua temporada de estreia. Sobre Marylin Monroe e sua história pouco também foi abordado. Tomara que no próximo ano, com a substituição da showrunner e o corte de parte do elenco, a série consiga ser uma produção mais interessante e dinâmica para contar a história da construção de um musical na Broadway.


10 comments

  1. Nossa, mas os PNCs disseram que Smash seria muito superior à Glee e só o que eu vi foi um show inconsistente. 
    Não sou fã de Glee, mas acho que Smash não é a maravilha da Broadway como esperavam SHUAHSUAHSUAHSUAHSUAHSUA
    Sinto muito galera, não foi dessa vez.

  2. O ironico é que mesmo Smash não ser uma maravilha, superou Glee em praticamente todos os aspectos. Aliás superar aquilo não era a questão (porque isso qualquer série pode fazer), a questão é que todos querem saber com o se produz um musical e não sobre gente que trai e mente. Ainda tenho esperanças em Smash.

  3. Gosto das duas séries. Mas o prazer de ver os haters de Glee – que apostaram tão alto em Smash – ficar com a cara na poeira ao ver que a série não é tão boa assim não tem preço. Inclusive esse blog, que comentou sobre o 1º episódio alfinetando Glee até em tags, hahahahahah!

  4. Ainda assim, qualquer episódio ruim de Smash consegue ser superior ao melhor episódio de Glee, notadamente em termos de qualidade musical, ausência de ferramentas de correção de timbre nas canções, design de produção, fotografia, roteiro etc.

  5. Concordo com o Igor Patrick Silva. Assim como nas séries policiais e médicas, que tanto agradam o público (inclusive os donos deste blog) existem dramas pessoais, Smash também está explorando este lado. Impossível construir algo que envolva pessoas sem pensar que, assim como na vida real, seus dramas íntimos acabam, sim, interferindo nas questões pessoais. Smash nada mais está do que mostrando isso, assim como Grey’s Anatomy também o faz e os autores deste blog adoram. 

  6. Tb Gosto das duas. Smash pode até ser superior em musicas, produção, fotografia, cantores, roteirzzzzzzzzzz 

    Porém Glee é muito mais divertido. E mais divertido ainda é ver os seus hatters buscarem um musical “adulto” só para inferiorizar Glee e se depararem com essa delícia que faz um número de Caminho da Índias e armações de Ivy à altura das de Gossip Girl.PS: Não acho que Smash peca por apresentar dramas dos envolvidos na produção, afinal a serie não deve ser resumir a um manual de como se faz um musical da broadway. como comentaram acima no face o show é feito por pessoas e que, naturalmente, enfrentam problemas que acabam afetando o show. Basta desenvolver boas tramas e isso a serie fez com algumas, embora a maioria tenha sido clichê.

  7. Gente em alguns pontos tenho qe concordar, mas em outros não…
    Porém essa série, tbm veio com um drama clichê, igual a Glee e as pessoas estavam apostando tão alto em Smash, porém em algumas partes Smash foi melhor do qe Glee, mesmo com dramas clichês…
    Mas qe venha a #2°TemporadaDeSmash

  8. Bom, eu realmente espero que a série não fique tecnicista e queira me mostrar como se faz um musical ( o que aliás nunca me interessou ao assistir a série) , se a proposta da série foi mostrar os bastidores de um musical voltado para a  intimidade do elenco, smash foi bem satisfatório. 
    Acho dificil comparar com Glee pq são duas séries com propostas diferentes e com públicos alvos diferentes sendo a preferência puramente pessoal. Pra mim que ja não sou mais teenager as músicas de smash soaram fantásticas, aguardo a segunda temporada .
    abraço a todos   

  9. DETALHE: OS PNCs ficaram bravos com o meu comentário. HAHAHA
    O blog super quebrou a cara com a decepção que foi Smash. 
    Como comentaram, Smash se rendeu ao melodrama e essa não era a proposta inicial. Eu esperava mais, vcs não ?
    Bem, eu não sou fã nem de Smash, nem de Glee, pra mim é irrelevante. Mas ver os adultos assistindo episódio de Caminho das Índias em Smash não tem preço :) 
    Aceitem, Glee não é uma série que eu goste,mas é hit e é voltado a um público adolescente (que deveria ver Friday Nights Lights, mas né) e pelo menos parem de ficar de mimimi e em tudo aproveitar pra criticar Glee, isso não é uma postura de um blog que deveria saber que cada um tem seu gosto.
     A galera que não curte Glee reclama até da quebra na continuação das histórias nos episódios e tipo: oi? Glee tem essa quebra desde o início. Gostaram ? Vejam. Não gostaram ? Parem de ficar dando uma de intelectuais e sempre criticando uma coisa que tem gente que gosta.
    Como foi falado, Glee e Smash não são similiares, então, parem de ficar comparando uma a outra. Os públicos são diferentes, as histórias diferentes, o foco diferente. 

Deixe um comentário