sexta-feira, abril 26 2024

Com mudanças equivocadas no formato, batalhas perdem dinâmica

Quando a Globo estreou a versão brasileira do The Voice há pouco mais de um mês, elogiei a iniciativa falando que mesmo não sendo perfeito, o grande acerto do programa na ocasião era o de ter se mantido fiel ao formato original. Depois disso, tivemos mais três domingos de audições às cegas com algumas boas vozes novas surgindo (e outras nem tanto), mas pouco feedback efetivamente construtivo por parte dos 4 técnicos tanto para os aprovados quanto para os eliminados. Assim, com os times formados e a fase de batalhas iniciada há uma semana, a expectativa era a de que a direção do programa pudesse não apenas acertar as arestas, mas sobretudo explorasse os mecanismos que valorizam essa que é a melhor fase do The Voice original.

A realidade, porém, revelou duas mudanças que em vez de contribuirem, só fizeram diminuir e muito a graça desta etapa em relação à matriz: a primeira sendo a dinâmica atrapalhada pela participação excessiva dos técnicos auxiliares nas avaliações dos duelos (algo que não existe lá fora e aqui não acrescentou nada) e a segunda, excesso de steals (recurso que a versão brasileira batizou como “peguei”) para candidatos de menos, visto que enquanto lá fora apenas dois roubos são permitidos para cada técnico dentro de um universo de 16 candidatos, aqui são três para cada time de 12, o que, claro, banalizou o recurso e fez com que os quatro técnicos da versão nacional acabassem utilizando-o meio que sem critério em algumas situações e não para salvar alguém realmente bom que seria eliminado precocemente. Fora isso, se durante as audições o fato de vermos muitos candidatos se apresentando com músicas em inglês incomodava, mas era compreensível até certo ponto, o fato da 2ª fase trazer os técnicos preterindo canções brasileiras chegou a ser decepcionante, sobretudo quando constata-se que todas essas escolhas (com exceção, talvez, de “Killing Me Sofltly”, cantada por Quesia e Honda) renderam resultados sofríveis como foi o caso de “Rolling in the Deep” da Adele cantada pela dupla Carol e Dani e principalmente de “Billie Jean”, clássico do Michael Jackson que deve ter se revirado no túmulo ao ouvir os gritos sem sentido do garoto Gabriel, canditato que, mesmo pior que sua concorrente, acabou sendo escolhido por Lulu Santos como vencedor da disputa. O que os próximos episódios do The Voice Brasil reservam eu não sei, mas como fã do original, sinceramente espero que Boninho e cia já tenham errado tudo o que podiam e não me façam desistir da versão brasileira do programa.

8 comments

  1. O the voice br esta me decepcionando demais; tenho a impressão que os coachers ou treinadores só escolheram participar pra ter mais visibilidade, uma vez que nos dois ultimos programas cantaram em dupla em dois blocos um tempo que deveria ser dos candidatos;no the voice americano – e não tem como não comparar a cópia com o original – isso simplesmente não existe! Não entendi tb pq tanta música americana hoje; o steal está extremamente banalizado; as batalhas não são batalhas; nenhum técnico se compromete em criticar positiva e nem negativamente cada candidato. Ed Motta e Luiza Possi traduzem pra mim o que todos deveriam ter: um comportamento ético onde o foco é a voz do candidato

  2. Eu gostei pra caramba da versão brasileira, cantores melhores, musicas bonitas pra caramba, mas realmente não deu para entender sobre um treinador pode escolher novamente o cantor msm depois do candidato perder na batalha, isso foi bem estranho.
    E também a parte das musicas estrangeiras, eu acho que incomoda muito isso, é the voice Brasil e umas das regras que deveriam existir é musica apenas nacional.

  3. Desculpa, as duas cantam bem, mas cagaram Rolling in the Deep SIM.. kkkkkkkkkkkkk

  4. Legal é o pessoal falando que a globo não está seguindo o padrão do orginal, “The Voice US”, sem ao menos saber que a versão original é holandesa ( não estou falando que é o caso desse site ).. Voltando ao assunto tratado no texto, eu acho que sim, o “peguei” foi precipitado e muito mal usado, e estou preocupado com o que Boninho irá fazer pra se livrar desse enorme número de participantes que ficaram para as semifinais ( lembrando que os próprios americanos, que são viciados nesse tipo de programa, vem achando massante a grande quantidade de candidatos no seu formato ). Mas o que eu acho que realmente vem incomodando os fãs das outras versões do The Voice é a falta de rivalidade no ring, fato que não “culpo” o formato e nem os técnicos, mas sim a própria música brasileira que não possibilita ( no geral ) uma verdadeira batalha – só pôde ser visto algo parecida em poucas apresentações, como na da música “garganta” ou de “closer”… De qualquer forma, estou gostando desses duetos apresentados na versão brasileira. Essa forma mais generosa das “batalhas” tá colocando a identidade do Brasil no programa, o que eu realmente acho que é mais importante do que seguir padrões de outros paises..

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