sábado, abril 20 2024

mr_robot

Eu não previ a grande virada que Mr. Robot deu no sétimo episódio da segunda temporada. Embora tenha notado desde o retorno que havia algo de estranho na nova condição de Elliot, preferi não me adentrar nas teorias publicadas por aí – muitas que acertaram com exatidão o que estava ocorrendo – para evitar o que ocorreu no primeiro ano, onde a natureza do Mr. Robot estava mais do que clara e as teorias avançavam bem mais do que a tela sinalizava.

Nesse sentido, só há que se parabenizar Sam Esmail pela forma e momento com que conduziu esse belo twist na trama. Das barras de prisão nas janelas, a quadra de basquete, seus novos companheiros (nunca antes mencionados) e até mesmo o grupo de ajuda já indicavam que ele estava, de fato, encarcerado em uma prisão ou instituição mental.

Além disso, o próprio episódio seis, que teve 25 minutos magistralmente encenados num formato de sitcom já demonstrou a capacidade que Elliot (Rami Malek, cada vez mais confortável no personagem) tem de “dramatizar” sua situação. Assim, é com misto de surpresa e reconhecimento que recebi e percebi o momento da virada, que em termos estéticos foi ainda muito bem executado, graças às transições de cena entre o imaginário e o real diante de nossos olhos.

Dito isso, cabe a mim apontar também que esses primeiros cinco exemplares foram bastante irregulares. Depois dos excelentes capítulos de estreia, a série deu grandes voltas e apresentou episódios desnecessariamente estendidos, numa grande auto-indulgência de Sam Esmail, sem contar em alguns enquadramentos irritantes e que – na maior parte das vezes – não mais significa nada além de pura birra estética. Apesar de sequências incrivelmente bem filmadas e dirigidas – como o tiroteio na China – é impossível não reconhecer que tivemos muita encheção de linguiça, cenas e situações arrastadas desnecessariamente (como todo o imbróglio de Angela na E Corp).

Felizmente outras “áreas” da série de destacaram, como é o caso de Darlene e os novos movimentos da fsociety (aliás, esse episódio explicou até mesmo aquela esquisita visita dela a Elliot) e da agente Dominique DiPierro vivida por Grace Gummer, que até agora é a única que se posicionou como uma real ameaça ao grupo de hackers e foragidos da Lei. Pessoalmente estou muito curioso para entender o que Ray e seu “negócio clandestino” eram na verdade e como Elliot estava ajudando-o de fato.

Resta saber, assim, em que circunstâncias exatamente Eliott está preso, se pela morte de Tyrell ou algo mais, mas que ainda assim evidencia certa coragem narrativa, já que é uma situação potencialmente irreversível (se inocentado por incapacidade mental, poderá seguir institucionalizado). O que me deixou feliz foi o fato de que esta reviravolta veio já nesse sexto capítulo, sem que a série postergasse a revelação até o final de temporada – o que aí sim seria decepcionante.

Well done, Mr. Robot.

5 comments

  1. isso mesmo
    revelações…. deixada para final é coisa de S. fraca, lixo, podre,….
    digo nas quais são necessária para manter o Nivea da S.

  2. Série que não precisa ficar enrolando pra segurar audiência… né… The Walking Dead

  3. Enquadramentos irritantes, birra estetica….???.de fato você não entendeu qual a intenção do autor com sua fotografia

  4. pois é…após os hackers conseguirem exexcutar seus planos na 1ª temporada, achei a 2ª temporada meio sem rumo, perdida. Agora com essa boa virada reveladora, espero que a série encontre algum rumo e fique mais coesa. A entrada em cena da agente do FBI deu um bom gás na história. Em tempo: a presença do “Mr. Robot Pai Chato Pra Caramba” já deu né?

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