sexta-feira, abril 19 2024

Desde que a Netflix anunciou o cancelamento de House of Cards apenas um dia após as alegações contra Kevin Spacey pelo ator Anthony Rapp, a Internet está discutindo se a série já estaria planejada para encerrar no 6º ano ou se o fato gerou essa decisão.

O site TV Line afirma que fontes suas já indicavam que a decisão sobre o fim da série estaria tomada “há meses”. Mas não há resposta oficial da Netflix sobre o assunto, seja se sim ou se não.

É bem provável que a produção e os roteiristas de House of Cards já estariam se preparando para o final. A série teve um quinta temporada com uma recepção menos calorosa (a Netflix não divulga números), especialmente pela crítica e a trama está em estágio avançado (ainda mais considerando os acontecimentos similares na produção original).

De fato, o quinto ano da série teve seus problemas e a jornada de Frank Underwood caminha rumo ao fim. O criador Beau Willimon, que deixou de ser o showrunner da série no quarto ano, tinha intenções de terminá-la na quinta temporada e talvez esse foi o motivo de sua saída. A Netflix provavelmente queria mais.

Mas uma coisa é certa: independente da decisão sobre o cancelamento, o fato da streamer ter oficializado o cancelamento logo hoje em meio a todo o escândalo é uma estratégia clara de resposta imediata ao ocorrido. A empresa agiu certo, mas certamente não queria anunciar o fim da série mais longeva de sua plataforma dessa maneira, em meio a um escândalo com seu maior astro.

Ao mesmo tempo em que a gigante do streaming não quer estar associada à desgastada imagem de Spacey, ela precisava se posicionar. Assim, oficializou o cancelamento da série e em seguida emitiu um comunicado focando nos demais atores e equipe, já que a produção emprega centenas de pessoas e já havia sido iniciada.

Inobstante, a situação de Spacey, inclusive após o péssimo “pedido de desculpas” em que ele alega não se lembrar do fato e aproveita a oportunidade para se assumir homossexual, causou um enorme desconforto em comunidades LGBT, já que pedofilia e assédio em nada tem a ver com orientação sexual.

É uma mancha na reta final da série que é a mais importante da história da Netflix e que alçou a empresa no patamar de produtora de conteúdo premium. Há que se separar a conduta do ator do drama ficcional, claro, mas trata-se de uma situação delicada em que muita gente, em especial a vítima, saem perdendo.

2 comments

  1. desnecessário totalmente esse fuzuê da forma que tá se agindo. tá todo mundo sendo irresponsável.

  2. É impressionante como atualmente nestas grandes empresas que dependem de larga faixa de público o departamento de Marketing tornou-se o mais importante. Se a Netflix não emitisse nota se descolando da imagem do Kevin provavelmente seria execrada pelo público na mesma fogueira.

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